PS de Braga critica obras avulsas em escolas, mas autarquia refuta acusação

O PS de Braga aproveitou a visita a uma escola para acusar a autarquia de ser “descoordenada” nas obras dos equipamentos escolares. Autarquia diz não compreender as críticas.

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A Escola Básica da Sé alberga 214 alunos divididos por nove turmas Adriano Miranda
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O PS de Braga acusa a autarquia (PSD/CDS-PP) de “falta de coordenação” na execução de obras nas escolas do concelho, socorrendo-se do exemplo da Escola Básica da Sé, a partir da qual promoveu, esta quarta-feira, uma conferência de imprensa.

A escola, que alberga 214 alunos divididos por nove turmas, tem o telhado actualmente em requalificação e os andaimes colocados no exterior estão a limitar, nos intervalos das aulas, o espaço físico de recreação das crianças. A intervenção, que arrancou em Fevereiro passado, está prevista terminar no final do ano lectivo, mas até lá a direcção da escola e os pais pedem que, nos intervalos, seja usado um espaço contíguo à escola, que está actualmente inutilizado, para ampliar a zona de recreio. O PS aproveitou o apelo para acusar o município de avançar para as obras “por impulso”.

Referindo-se à escola primária como uma das “mais importantes e requisitadas da cidade” pelo número de pessoas que “vivem e trabalham” nas proximidades, e por isso uma “escola âncora” entre os equipamentos escolares do concelho, o vereador sem pelouro do PS, Artur Feio, referiu que o constrangimento dos intervalos teria sido acautelado caso fosse utilizado um campo de jogos, situado ao lado da escola, junto à Ínsula das Carvalheiras, mas que, entretanto, foi removido.

“Se o campo não tivesse sido destruído e tivesse sido requalificado, esta questão não se colocava. E a obra da Ínsula das Carvalheiras [está prevista a musealização deste espaço que data da Bracara Augusta] ainda nem sequer está aprovada em Tribunal de Contas”, atirou o socialista.

Contudo, a solução proposta pelo vereador desagrada à coordenadora da escola, Ana Maria Silva, e ao presidente da associação de pais, Daniel Ferreira, que pretendem a alternativa do espaço contíguo à escola, bastando, para esse efeito, a criação de um acesso e a colocação de uma rede. “Escusávamos de tirar os meninos do recinto escolar, eles não teriam de atravessar estrada”, referiu Daniel Ferreira. Pelas contas de Artur Feio, esta solução, embora não tenha sido proposta pelo PS, é adequada e seria pouco onerosa para o município. “Há uma vontade do município para não usar o espaço, porque gastar-se-ia, entre gradeamento e rede provisória, algo à volta de 10.000 euros”.

Contactada pelo PÚBLICO, a vereadora com o pelouro da educação no executivo municipal, Carla Sepúlveda, refere que o espaço proposto “não oferece condições de segurança”. “Os pais pediram-nos a colocação de uma rede, mas dissemos que não: é que se um miúdo se magoa na rede, a responsabilidade é da segurança é nossa”.

Além disso, a obra de requalificação do telhado, que espoletou toda a questão, termina no final do ano lectivo, não havendo, na opinião da edil, “vantagem em lançar uma nova empreitada, colocando-se rede e gradeamento, porque seria um procedimento demorado”.

Na óptica da vereadora, o único problema actual, em relação aos recreios, é o “elevado número de crianças”. A solução passará por “desfasar os intervalos”, ou seja, colocar metade dos alunos em hora de intervalo e a outra metade em aulas. A decisão saiu da reunião do conselho geral da escola, que decorreu na semana passada, pelo que Carla Sepúlveda não entende o “intuito da conferência de imprensa” promovida pelo PS.

Além da requalificação dos telhados, que resolverá, na opinião do presidente da associação de pais, “70% dos problemas da escola”, uma vez que deixará de chover nas salas de aula e desaparecerá a humidade, estão ainda previstas, a partir de Junho, o reforço dos muros da escola, a pintura das salas de aula e a alteração dos soalhos.

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