IL admite integrar Governo, mas remete responsabilidades para Montenegro

Rui Rocha vai propor o ex-líder parlamentar, Rodrigo Saraiva, para vice-presidente da Assembleia da República.

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Rui Rocha não quis revelar se tem falado com Luís Montenegro LUSA/FILIPE AMORIM
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Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal (IL), assumiu estar disponível para negociar com o presidente do PSD a integração no futuro Governo ou um apoio parlamentar, mas remeteu a iniciativa política para Luís Montenegro. A posição foi assumida à margem de uma visita à Futurália, feira de Educação e Empregabilidade, no Centro de Congressos em Lisboa.

“Disponível para, no Governo, se for o caso, ou no Parlamento, construir um país diferente. Sempre dissemos que queríamos mudar o país, só estamos disponíveis para algum entendimento se for mesmo para mudar o país”, afirmou Rui Rocha, depois de questionado sobre se a IL vai integrar o Governo da Aliança Democrática (AD).

Referindo que "os próximos dias serão decisivos", o líder dos liberais insistiu que a questão "está do lado da AD", a coligação com PSD e CDS que ganhou as eleições. “[Se a AD] Está disponível para mudar o país, nós conversamos. Se entende que não é o momento, que há outras questões a dar prioridade, se não é para mudar o país, cá estaremos no Parlamento com as nossas ideias”, afirmou, lembrando os dez desafios que entregou a Luís Montenegro durante o debate televisivo entre os dois.

Na semana passada, Rui Rocha tinha considerado que o cenário "mais provável" seria o de a IL se manter no Parlamento e avaliar o sentido de voto "medida a medida" e que a situação menos provável, embora não totalmente excluída, fosse a de integrar o futuro Governo da AD.

Apesar de assegurar não querer “discutir cargos com ninguém”, Rocha disse que o seu partido “tem excelentes quadros”, que “terá, se for o caso, excelentes governantes” e que “tem excelentes deputados no Parlamento”.

Questionado sobre qual é a proposta sobre cenários governativos que a direcção vai levar ao conselho nacional do partido no domingo, o líder dos liberais remeteu a revelação da recomendação para a reunião do órgão e diferenciou o seu partido de “outros” que dizem querer “lugares no Governo”, sustentando que este é “o momento de recato”.

A mesma posição assumiu depois de ser questionado sobre se tem tido encontros com Luís Montenegro: “Estamos no momento em que vai decidir composição, não falarei dessas questões em público.”

O líder da IL revelou ainda que irá propor o ex-presidente do grupo parlamentar, Rodrigo Saraiva, para a vice-presidência da Assembleia da República, depois de ontem já ter sido escolhida Mariana Leitão para dirigir a bancada de oito deputados.

Questionado sobre se acredita que o candidato vai ser eleito, depois de o nome indicado pelos liberais ter sido chumbado na passada legislatura, Rui Rocha disse que a eleição será “natural” e que a “mesquinhez” do anterior chumbo “suportada por deputados do PS e do PSD” já “não faz sentido”. As vice-presidências da mesa – o Chega nunca conseguiu eleger nenhum dos quatro candidatos – “são questões de organização da Assembleia da República e não tem a ver com quem nos entendemos politicamente”, sustentou.

Sobre se já falou com o líder do PSD sobre o assunto, Rocha respondeu: “Isso não é, de facto, tema de conversa.”

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