Rectificativo? BE e PCP dizem apenas que querem valorizar carreiras

O Livre quer ser uma “oposição leal, responsável e construtiva, mas vigorosa” e desafia Luís Montenegro a manter a “palavra dada” sobre o não ao Chega.

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Paula Santos foi reconduzida como líder da bancada do PCP Rui Gaudencio
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O Bloco de Esquerda (BE) e o PCP não se comprometem, para já, com uma posição sobre um eventual orçamento rectificativo da AD que aumente algumas carreiras da função pública. Mas garantem que as querem valorizar nesta legislatura e os comunistas consideram até que "há condições" para o fazer de "forma prioritária", usando o excedente orçamental.

Este cenário surge depois de Pedro Nuno Santos ter admitido, na terça-feira, viabilizar um rectificativo que aumente os professores, os profissionais de saúde, as forças de segurança e os oficiais de justiça.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, a líder da bancada do PCP considerou que o Orçamento do Estado para 2024 "não dá resposta" aos problemas do país, mas que existem "recursos" para o fazer. "Estão é mal distribuídos", criticou Paula Santos, defendendo que, "neste momento, é necessário dar essa resposta". Isto é, "resolver" os "problemas dos salários, das pensões" e as "questões dos professores, das forças de segurança".

"Há condições para dar esta resposta de forma prioritária. Que se utilizem os recursos, o saldo orçamental, o excedente anunciado para dar essas respostas", afirmou, quando questionada sobre se o PCP admite viabilizar um orçamento rectificativo.

Posição semelhante teve o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, que recusou pronunciar-se sobre um eventual rectificativo enquanto esse documento não for conhecido, mas deixou a "certeza" de que o seu partido "cá estará para recuperar o tempo de serviço e valorizar as carreiras de todos os trabalhadores da função pública".

"É preciso virar a página de guerra que a maioria absoluta do PS instalou na escola pública, nos hospitais, nos tribunais, juntos das forças de segurança", declarou, assinalando que o BE quer "concretizar nesta legislatura" esse "compromisso" que fez na campanha eleitoral.

AD "não é solução". Livre será "oposição leal"

Os partidos reagiram também à indigitação de Luís Montenegro como primeiro-ministro, acusando-o de não ter soluções para o país e garantindo que vão estar na oposição. Foi o caso de Paula Santos, que defendeu que um governo da AD, "com ou sem acordo com a IL ou o Chega", "não é solução para os problemas dos portugueses e dos trabalhadores", como os "baixos salários" e pensões ou as "dificuldades no acesso" à saúde e à habitação.

Pelo contrário, a deputada comunista considera que o "projecto" do futuro governo “assenta numa lógica de ataque aos direitos dos trabalhadores, de degradação dos serviços públicos e favorecimento dos grupos económicos". E, perante esse cenário, reitera que o PCP irá "combater estas opções políticas", desde logo, com uma "moção de rejeição ao programa do governo" da AD.

O deputado do BE alinhou nas críticas, vaticinando que a AD "não responderá aos problemas que o país tem na saúde", nem no "mercado da habitação" ou nas "alterações climáticas". "A estabilidade de que Luís Montenegro fala nada tem que ver com a estabilidade da vida das pessoas", atirou, defendendo que "o país precisa" de uma "oposição determinada".

O Livre optou por reagir através de um comunicado, reiterando também que fará parte da "oposição a um governo do PSD". "Uma oposição leal, responsável e construtiva, mas vigorosa", sublinhou. E desafiou Luís Montenegro a manter a "palavra dada na recusa da dependência de forças antidemocráticas".

Quanto ao seu próprio resultado (quatro mandatos e mais de 200 mil votos), o partido assinala que "é o melhor resultado obtido em qualquer eleição e de qualquer partido dos Verdes Europeus em Portugal" e que "demonstra que é possível crescer e até quadriplicar a representação com um discurso construtivo e de futuro".

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