Branko comenta dez temas que produziu nos últimos dez anos – ouça a playlist

O autor de Soma escolhe e comenta dez temas produzidos por si desde 2013. Vai de Dino D’Santiago a Mayra Andrade.

Foto
Branko fotografado pelo Ípsilon a propósito de Soma Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
00:00
04:59

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Tem novo disco, Soma – é editado esta sexta-feira e temos entrevista no Ípsilon. Nele junta-se a músicos da cidade e a vozes da diáspora lusófona para fazer a sua peculiar electrónica, tão global quanto portuguesa.

Como músico ou produtor para outras pessoas, não tem feito outra coisa desde os Buraka Som Sistema e as primeiras aventuras a solo.

Por isso, pedimos a João Barbosa que escolhesse e comentasse dez temas produzidos por si. Aqui e no Spotify do Ípsilon estão as escolhas, de Dino D'Santiago a M.I.A., de Carlão à parceria Branko com Mayra Andrade.

1- Branko - Time out (2013)
O meu primeiro tema enquanto Branko. Tinha uma série de ideias que, apesar de diferentes e originais, assentavam mais em estruturas pop e acabavam por não encaixar no que estávamos a fazer com Buraka Som Sistema. A voz é do Orlando Santos.

2- Carlão - Os tais (2015)
Este foi um daqueles casos em que passei de ser o fã da fila da frente de dezenas de concertos de Da Weasel, para um parceiro criativo. Já tinha feito algumas coisas com o Carlão a solo, mas foi incrível poder participar como produtor no primeiro disco a solo oficial. O beat foi criado na mesma altura que o Time out, mas ficou dois anos à espera da voz e momento certos.

3- Branko & Mayra Andrade - Reserva pra dois (2016)
Sempre gostei do trabalho da Mayra e da voz incrível que tem, então, um dia decidi arriscar em lançar o convite para uma colaboração. Encontrámo-nos num estúdio em Lisboa com o Kalaf e, em dois dias, tínhamos o tema composto e pronto para entrar no meu álbum Atlas, em 2015. Contudo, ainda não estava 100% feliz com o beat e decidi continuar a trabalhar até sentir que tinha algo intemporal. Cheguei à versão final quase um ano depois e decidi incluir numa versão deluxe do Atlas, Atlas Expanded.

4- M.I.A - Finally (2016)
Mantive contacto com a M.I.A. desde os tempos em que trabalhámos o Sound of kuduro. Fomos sempre trocando ideias, música nova, produções e em 2016, de uma viagem curta a Londres, saiu finalmente, ou Finally, uma primeira colaboração.

5- Dino D'Santiago - Nova Lisboa (2018)
Uma co-produção com o Pedro Da Linha, a sincronia com o Dino em estúdio foi tanta que, dois minutos após ouvir o beat, já tínhamos o refrão, e algumas horas depois estávamos despachados e a pensar onde ir beber um copo para celebrar. Talvez dos momentos de composição mais mágicos que já estive envolvido.

6- Branko & Pedro da Linha - MPTS (2018)
Os anos de 2017, 2018 e 2019 foram anos em que muitas das minhas produções foram, na realidade, co-produções partilhadas com o Pedro Da Linha. As nossas noites “Na Surra” enchiam o B.Leza uma quinta por mês e este MPTS, ou “meus putos”, virou o hino de uma festa que tinha como objectivo principal celebrar a cidade, a diversidade e a dança. Acabei também por incluir uma versão no meu álbum Nosso, de 2019.

7- Profjam - HEI (2020)
2019 foi o ano em que lancei o meu álbum Nosso e foi também um ano de encontros com vários artistas e produções mais fora do meu universo normal. E este encontro com o ProfJam foi um deles. Convidei-o para participar numa versão nova de um tema meu e do mesmo encontro saiu este original com uma sonoridade que me parece uma fusão perfeita dos dois universos.

8- Rita Vian - Sereia remix (2020)
Em 2020 e em plena pandemia, decidi abraçar a missão de criar a banda sonora oficial para as melhores paisagens de Portugal. Nesse processo descobri o trabalhão da Rita Vian e criei esta versão alternativa do tema dela Sereia, que, uns meses depois, levamos para uma actuação sem público na Serra da Estrela, que até hoje está disponível no YouTube. Desta colaboração acabou também por nascer, em 2021, o primeiro EP da Rita - CAOS’A -, que, até ao momento, foi o único trabalho que produzi na totalidade para outro artista.

9- Eu.clides - Desmancha prazeres (2021)
A primeira vez que vi o Eu.clides foi a tocar guitarra num concerto da Mayra Andrade em Almada e, mesmo assim em segundo plano, dava para perceber que havia algo muito especial nele. Desse momento até estamos em estúdio a conversar sobre planos de lançamento, foi muito pouco tempo. Acabei por acompanhar quase a totalidade do EP Reservado, em alguns temas juntei alguma produção e para outros apenas dei opiniões ou ajudei a realizar a ideia que ele tinha em mente. O Desmancha prazeres, para mim, foi o tema que melhor juntou todo o imaginário que estávamos a desenvolver.

10- Pierre Kwenders - Heartbeat (2022)
Conheço o Pierre Kwenders desde 2015, é daqueles amigos virtuais que se tornaram parceiros para a vida. Desde que criámos juntos o Amours d’etê, para o Nosso, que ficou uma vontade de criar ainda mais música em conjunto e então acabei a produzir quase todo o álbum dele José Luis and The Paradox of Love, que acabou por ganhar o Polaris Music Prize, em 2022, e onde está incluído este Heartbeat.

Sugerir correcção
Comentar