“Não é não” – ou como o voto útil rapidamente se tornou inútil

Para se manter fiel à sua palavra, Montenegro está a ser infiel à vontade de quem votou para alterar o estado de coisas – o que inclui boa parte do seu eleitorado.

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Comecemos por fazer justiça a Luís Montenegro: sem o apelo ao voto útil e sem as linhas vermelhas em torno do Chega, é possível que a AD não tivesse ganho as eleições. A IL teria crescido. O PSD não teria conseguido fixar todo o seu eleitorado. O Chega cresceria ainda mais. Por isso, o “não é não”, adicionado a uma campanha eleitoral eficaz, foi uma excelente estratégia de curtíssimo prazo. Infelizmente, foi também uma péssima estratégia de curto, médio e longo prazo. Como se está a ver.

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