O Grito e a chama que ainda arde de iolanda ganharam o Festival da Canção
A final decorreu este sábado à noite, em directo dos estúdios da RTP.
A canção vencedora da 57.ª edição do Festival da Canção é Grito, de iolanda. Foi a celebração dos 60 anos do concurso e a final decorreu este sábado à noite, em directo dos estúdios da RTP, em Lisboa. A autoria da canção é da própria intérprete, com música co-escrita por Luar. Já era, à partida, em termos de casas de apostas, a favorita. Na prática, ficou em primeiro lugar nos votos do júri regional e em segundo nos votos do público, sagrando-se assim a campeã. Logo a seguir, em segundo lugar, ficou João Borsch, com ...Pelas Costuras, que venceu a votação do público, e, em terceiro, Leo Middea, com Doce Mistério.
A cerimónia foi conduzida por Filomena Cautela, Vasco Palmeirim e Inês Lopes Gonçalves, com a ajuda de Wandson Lisboa no TikTok, mas também a aparecer ocasionalmente na transmissão televisiva. Na final estavam ainda, por ordem de apresentação, Silk Nobre, com Change, Rita Onofre, com Criatura, NOBLE, com Memory, Buba Espinho, com O Farol, Nena, com Teorias da Conspiração, No Maka ft. Ana Maria, com Aceitar, Cristina Clara, com Primavera, Rita Rocha, com Pontos Finais e Perpétua, com Bem Longe Daqui.
O nome de iolanda, natural da Figueira da Foz, já tinha passado pelo festival em 2022, quando foi co-autora de Mar Sem Fim, canção interpretada por Blacci. Desta vez, foi convidada também para escrever, e, tal como todos os outros autores convidados este ano, escolheu dar voz à sua criação. É também uma cara que, desde 2008, foi aparecendo em vários concursos de voz televisivos, como Uma Canção Para Ti, da TVI, ou Ídolos, da SIC. Apesar disso, só se estreou a solo com um EP, Cura, no ano passado.
É agora a escolhida para representar Portugal em Malmö, na Suécia, em Maio, numa edição da Eurovisão que se prevê bastante conturbada em termos da pressão pública para que Israel não faça parte do concurso. Actuará na primeira semifinal, no dia 7 desse mês, sendo a final no dia 11. Grito é uma balada electrónica com o seu quê de épico que arranca a cappella, juntando-se uma guitarra acústica à voz, com a intérprete a repetir que é "chama que ainda arde". Essa chama ainda ardente trouxe para o palco do festival o branco de iolanda e dos seus dançarinos.
A cantora e autora tornou-se a sucessora de Mimicat, cuja Ai Coração, vencedora do ano passado, foi interpretada pela própria nesta cerimónia numa nova versão orquestral, a adicionar-lhe um travo de tango. Mimicat, que tinha sido jurada nas semifinais do concurso, cantou também ABBA com os vencedores de 2021 The Black Mamba, juntando a sua às vozes de outras glórias anteriores do festival, Anabela e Tó Cruz.
Não foi o único medley da noite. Além de paródias de canções antigas na abertura e não só, os 50 anos do 25 de Abril foram assinalados por Filipe Melo e Samuel Úria e vários convidados, incluindo os Retimbrar, com as vozes de Ana Lua Caiano, Alex D'Alva Teixeira, Luca Argel e Paulo de Carvalho. Que Amor Não Me Engana, de José Afonso, Liberdade, de Sérgio Godinho, Tanto Mar, de Chico Buarque, e E Depois do Adeus, de José Calvário e José Niza, eternizada pelo próprio Carvalho que cantou esta noite.