A ARCOmadrid passa a ser em Março e este ano traz as Caraíbas

A 43.ª edição da feira de arte contemporânea decorre até 10 de Março e conta com 16 galerias portuguesas.

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Mónica de Miranda, a artista visual que Portugal vai levar à Bienal de Veneza, na Carlos Carvalho Mónica de Miranda/cortesia Carlos CArvalho
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Maribel López, directora da ARCOmadrid arcomadrid
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Tríptico de vídeos de Ana Rebordão na Galeria NO-NO, pela primeira vez na ARCOmadrid, secção Opening cortesia galeria No-No
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Com 16 galerias portuguesas, entre as 205 de 36 países, começou esta quarta-feira a feira de arte contemporânea ARCOmadrid, no recinto do IFEMA, com os dois primeiros dias reservados aos coleccionadores e profissionais do sector.

Esta 43.ª edição, que decorre entre 6 e 10 de Março, tem as Caraíbas como território em foco e espera-se, como é habitual na maior feira ibérica, uma forte presença da América Latina.

A feira, que habitualmente decorre no final de Fevereiro, passará a realizar-se em Março de forma definitiva. A directora, Maribel López, explicou por que razão mudaram as datas e avançaram a feira uma semana: “O IFEMA tem muito movimento e se mantivéssemos a última semana de Fevereiro só teríamos cinco dias para a montagem em vez de dez. Parece uma ideia muito abstracta até chegarmos aqui.” É verdade que passa a coincidir com a TEFAF, a feira de antiguidade em Maastricht, mas isso terá afectado apenas uma galeria. “Na verdade, tivemos um número superior de galerias a concorrer à feira, cerca de 80 a mais.”

Entre as 171 galerias do programa geral, escolhidas por um comité de selecção, de que faz parte a galerista portuguesa Vera Cortês, 15 são portuguesas: 3+1, Balcony, Bruno Múrias, Carlos Carvalho, Cristina Guerra, Filomena Soares, Foco, Francisco Fino, Madragoa, Miguel Nabinho, Monitor, Pedro Cera e Vera Cortês, todas de Lisboa, e ainda a Kubikgallery e a Lehmann + Silva, do Porto.

Na secção Opening, dedicada às galerias com menos de sete anos de actividade, está pela primeira vez a NO-NO, também de Lisboa, escolhida pelas comissárias Cristina Anglada e Yina Jimenez, que apresenta três vídeos da artista Ana Rebordão. Por ser a sua estreia, explica Luís Loureiro, optaram por mostrar um projecto individual capaz de mostrar a evolução do trabalho da artista numa década, de 2013 a 2024, num trabalho que é auto-referenciado.

A Carlos Carvalho, a Francisco Fino e a Madragoa são as três galerias portuguesas que apresentam projectos especiais dedicados a um só artista nos seus stands do programa geral, num espaço extra de cerca de duas dezenas de metros quadrados, acoplado ao espaço normal dedicado aos artistas da galeria. São três propostas diferentes, de fotografia, pintura e escultura, que valem com certeza uma visita, entre as 32 galerias com projectos especiais.

Mónica de Miranda, a artista visual que Portugal vai levar à Bienal de Veneza, mostra dez obras de fotografia, alguns polípticos de grande formato, como Dança das Florestas (2022). “É sempre bom ter uma artista na ARCOmadrid que vai à Bienal de Veneza, o expoente máximo da internacionalização”, comentou Carlos Carvalho.

Na Francisco Fino, os óleos de Gabriel Abrantes continuam a explorar a relação entre a pintura e a inteligência artificial. Desta vez, os fantasmas que ocupam as cinco telas, da série The Ghost that I Love, contam a tragédia da perda de um filho, contada pelo próprio artista na folha sobre o projecto, e de uma posterior visita a Itália para ver arte na companhia de amigos à procura de algum consolo.

A Madragoa, numa colaboração com a galeria ChertLüdde, apresenta uma instalação escultórica de Rodrigo Hernández, que vive entre a Cidade do México e Lisboa, uma série de esculturas em papel maché que exploram a abstracção geométrica e a sua relação com o círculo.

As Caraíbas, como um programa organizado à volta do tema A margem, a maré, a corrente: um Caribe oceânico, acolhe 19 galerias e artistas ligados àquela região, muitos dos quais surgem aqui representados por galerias europeias e norte-americanas, seleccionados pelas curadoras Sara Hermann e Carla Acevedo-Yates. Na verdade, reconhece, Maribel López, só quatro trabalham no território (Panamá, Porto Rico, República Dominicana e Bahamas). “Elas claro que não pagam o aluguer do stand [por participarem nesta secção], mas têm de vir e trazer os trabalhos.”

Na secção Nunca o mesmo. Arte latino-americana, num programa com curadoria de Manuela Moscoso e José Esparza Chong Cuy, junta-se 12 galerias da América do Sul e Central, a geografia na qual a ARCOmadrid se especializou. Segundo a directora, entre os 350 coleccionadores internacionais convidados, sete são originários do Brasil e outros 41 da América Latina.

O PÚBLICO viajou a convite da ARCOmadrid

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