Rocha mantém campanha focada nos empresários, mas já fala com trabalhadores

Num almoço com empresários de Leiria, o líder dos liberais disse que “ter lucro é bom” e que, “em Portugal, ter ambição parece ser uma coisa má”. Acusou PSD e PS de quererem “condicionar o voto”.

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Rui Rocha em visita à empresa de cartonagem Trindade LUSA/PAULO NOVAIS
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Apesar de o foco das acções de campanha da IL continuar a ser reuniões com empresários, ao nono dia, Rui Rocha finalmente falou com trabalhadores. Fê-lo em São João da Madeira, numa visita à empresa de cartonagem Trindade, que fabrica material para marcas de luxo como Dior ou Kenzo.

No sábado, após outra reunião com empresários — dessa feita, do Minho —, Rui Rocha foi questionado sobre se também o veríamos junto de trabalhadores em acções de campanha. Que sim, respondeu, cumprindo agora com a sua palavra.

Aos trabalhadores, Rui Rocha perguntou, “caso estivessem na presença de um candidato às eleições”, o que lhe diriam que deve ser mais rapidamente resolvido no país. As respostas foram desde a “corrupção” à garantia de que jovens e empresas poderão ter futuro em Portugal — algo que provavelmente terá gostado de ouvir.

O líder da IL parece estar a afinar a sua campanha para a tornar mais popular — esta segunda-feira, não só conversou com trabalhadores como, num almoço com pequenos e médios empresários de Leiria, disse-lhes que teriam “mesmo de aumentar os salários” a quem empregam.

“Vão ter mesmo de aumentar salários. Vamos ter de pagar melhor às nossas pessoas, temos de fazer esse esforço”, afirmou num discurso após o almoço, notando que para tal têm de se “criar condições para as empresas crescerem”.

O discurso, dirigido a cerca de 40 pessoas — entre os quais alguns apoiantes da IL —, foi também motivacional. Disse Rocha aos empresários que, “em Portugal, ter ambição parece ser uma coisa má” e que um dos “desafios” do “partido” é precisamente “trazer sucesso” e “ambição” para o país. “Ter lucro é bom, meus senhores. Ter lucro é bom.”

Após vários dias a insistir na proposta de criação de um círculo de compensação nacional, Rocha teve, esta segunda-feira, finalmente uma espécie de resposta por parte de Luís Montenegro — que admitiu inscrever na Constituição “uma lei onde a representação de distritos que têm menos pessoas possa ser compensada com a dimensão territorial dos próprios círculos".

A solução, por requerer uma alteração constitucional, não agradou a Rocha. No entender do líder dos liberais, a inexistência deste círculo, assim como o voto útil, é um “benefício” para o “infractor”. “Os que querem condicionar o voto são os mesmos que não permitiram que o sistema eleitoral fosse alterado dando liberdade aos portugueses”, disse, concretizando depois que se referia ao “PSD e PS”.

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Rui Rocha no almoço dinamizado em Leiria LUSA
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