Mais um processo por abuso e assédio sexual para Sean “Diddy” Combs
Lil Rod, produtor que trabalhou no último disco do homem anteriormente conhecido como Puff Daddy, acusa-o num novo processo que se segue a vários outros desde Novembro do ano passado.
O multimilionário Sean "Diddy" Combs está a ser processado por Rodney Jones Jr., que usa o nome Lil Rod e trabalhou como produtor no mais recente álbum do artista anteriormente conhecido como Puff Daddy, The Love Album: Off the Grid, editado no ano passado. O processo foi apresentado no tribunal federal dos Estados Unidos esta segunda-feira.
Segundo o jornal USA Today, que teve acesso ao processo, Combs é acusado de, enquanto trabalhavam juntos, alegadamente "ter tocado à força e tentado e/ou ameaçado tocar nas áreas íntimas" do acusador "com as suas próprias partes íntimas do corpo". Ainda de acordo com o The New York Times, o produtor alega que Combs o terá tentado preparar para ter sexo com outro homem, afirmando que era "uma prática normal na indústria musical".
Lil Rod afirma ainda que terá sido forçado a beber shots de tequila com droga, tendo acordado às quatro da manhã "todo nu com uma trabalhadora do sexo a dormir ao seu lado". Trabalhadoras do sexo são mencionadas outras vezes no processo, sendo que o produtor seria forçado por Combs a "aliciar trabalhadoras do sexo e levar a cabo actos sexuais ao prazer do Sr. Combs", algo que lhe era coagido através de ofertas de dinheiro e ameaças de violência.
A acusação vai ainda mais longe, alegando que há um "empreendimento de tráfico sexual" montado por Combs, pelo seu filho Justin Dior Combs, e pela sua empresa, Combs Global Enterprises – o processo acusa ainda o Universal Music Group, o gigante das editoras musicais. Além disso, os dois trabalharam e viveram juntos entre Setembro de 2022 e Novembro do ano passado, com Lil Rod a contribuir para nove das 24 faixas do disco. E, alega o produtor, ficaram "13 meses" e "milhares de horas de trabalho" por pagar. Pede, então, 30 milhões de dólares (cerca de 27,6 milhões de euros) de indemnização por danos. Por um erro processual, a versão original pedia 30 mil milhões, algo que foi depois corrigido.
Combs nega tudo. O seu advogado, Shawn Holley, diz num comunicado enviado aos jornais que "Lil Rod é nada mais do que um mentiroso" que está "descaradamente à procura" de dinheiro "imerecido". Os eventos relatados são, segundo Holley, "pura ficção", adicionando ainda terem "provas irrefutáveis" de que é tudo mentira, provas essas que o advogado de Lil Rod terá ignorado, recusando-se até a atender o telefone à equipa legal de Combs. Já o advogado de Lil Rod diz que tentaram "negociar com o outro lado", mas tal foi recusado, daí terem chegado agora ao processo.
Quanto a provas, o produtor afirma ter "centenas de horas de filmagens e gravações de áudio do Sr. Combs, os seus funcionários e os seus convidados envolvidos em actividades ilegais sérias". Combs e associados terão usado drogas, dando álcool misturado com drogas "a menores e trabalhadoras do sexo" e Cuba Gooding Jr., o oscarizado actor, terá praticado assédio e violência sexual contra Lil Rod num estúdio no iate de Combs. O actor "começou a tocar, apalpar e acariciar as pernas do Sr. Jones, a parte interna superior das coxas perto das suas virilhas, a lombar perto do rabo e os seus ombros", detalha o processo. Gooding Jr. tem várias acusações de abuso e assédio sexual, tendo-se declarado culpado em tribunal por um beijo indesejado em 2022. Em 2023, chegou a acordo num processo em que era acusado de violação.
Já Sean Combs, que nega todas as acusações, tem sido processado repetidas vezes nos últimos meses, desde que, em Novembro, Cassie, cantora de R&B e sua ex-namorada, o acusou de violação, tráfico sexual e violência física. Os dois chegaram a acordo logo após o processo ter dado entrada nos tribunais. Houve ainda uma acusadora anónima que o acusou de violação em grupo quando ela tinha 17 anos e outra mulher alegou ter sido drogada, alvo de violência e abuso sexual e ainda de revenge porn.