A minoria ruidosa do Chega
O Chega é uma amálgama de descontentamentos e preconceitos latentes na sociedade que não têm hoje problema em fazer ouvir a sua voz.
Sexta-feira, 23 de Fevereiro, Praça Duque de Saldanha, Lisboa. Quatro raparigas e duas pessoas transgénero na casa dos vinte anos, bastante “alternativas”, roupas escuras, maquilhagens imaginativas, passam junto a uma esplanada perto da meia-noite. Sentados em várias mesas, cerca de 15 homens reparam no conjunto. Alguns levantam-se e fazem a saudação nazi, a maioria grita “Chega” e “André Ventura”, elas ripostam com insultos, mas continuam a andar. Três dos homens levantam-se e perseguem o grupo, que continua a responder, um dos homens atira-lhes um copo de cerveja, o grupo atravessa a passadeira e vai-se embora. É muito isto o Chega, muitas vezes não mais do que isto, o que não deixa de ser de mais.
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