Segundo maior hospital de Gaza está “completamente fora de serviço”
Hospital Nasser está “completamente fora de serviço” com 200 doentes no interior. Vinte precisam de encaminhamento urgente. OMS diz que foi impedida de entrar para entregar combustível.
O segundo maior hospital da Faixa de Gaza está "completamente fora de serviço", disse um porta-voz do ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qudra, este domingo. "Há apenas quatro médicos a cuidar dos pacientes" no Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no Sul do país, disse o porta-voz à agência Reuters. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 200 doentes permanecem no hospital e 20 deles precisam de acompanhamento urgente noutros estabelecimentos de saúde.
"O complexo médico Nasser é a espinha dorsal dos cuidados de saúde no Sul da Faixa de Gaza. Deixar de funcionar é uma sentença de morte para centenas de milhares de deslocados palestinianos em Khan Younis e Rafah", disse. A falta de combustível para os geradores que substituem a electricidade, cortada por Israel, e os combates em torno da instalação foram a razão para ter ficado inoperacional.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS, recordou esta manhã no X que a suspensão dos serviços no Hospital Nasser acontece "após um cerco de uma semana seguido de um ataque contínuo". Nasser era o maior hospital em funcionamento em Gaza até domingo e esteve cercado esta semana na guerra de Israel contra o Hamas, mas as forças israelitas invadiram o hospital na quinta-feira.
De acordo com a OMS, os membros da organização e os seus parceiros tinham chegado ao hospital para entregar combustível, mas não foram autorizados a entrar no local "para avaliar as condições dos doentes e as necessidades médicas críticas". "O custo dos atrasos será pago com a vida dos doentes. O acesso aos pacientes e ao hospital deve ser facilitado", apelou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
As forças israelitas entraram no Hospital Nasser por alegadamente terem "informações credíveis" de que haveria corpos de reféns no interior. "Vamos conduzir operações de resgate — como fizemos no passado — num local onde, segundo as nossas informações, poderão estar corpos de reféns”, disse o Exército num comunicado citado pela agência Reuters. Em Novembro, dois corpos de reféns foram recuperados no Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza.
No sábado, o Exército israelita disse que as forças especiais que operavam no hospital tinham detido mais de 100 suspeitos de terrorismo no interior do complexo, sem dar mais detalhes.