UNESCO sobe para 341 sítios culturais danificados na Ucrânia pela guerra
Igrejas estão entre os edifícios mais afectados, mas os danos também atingem museus e monumentos. A região de Kharkiv foi de longe a mais afectada, segundo comunicado da UNESCO.
Dois anos após o início da guerra na Ucrânia, o levantamento mais recente dos danos provocados pelo conflito e realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) confirma estragos em 341 sítios culturais, incluindo museus (31), monumentos (19), bibliotecas (14), espaços religiosos (126), arquivos (1) e ainda outros edifícios de interesse histórico ou artístico (150).
“O custo total dos danos nos sectores [da cultura e do turismo] é estimado em cerca de 3,5 mil milhões de dólares [3,26 mil milhões de euros] e serão precisos quase nove mil milhões nos próximos dez anos para permitir que recuperem”, diz o comunicado de imprensa divulgado pelo site da UNESCO. Há um ano, a estimativa dos danos foi avaliada em 2,4 mil milhões, "um aumento de 40%", sublinha a directora-geral da organização das Nações Unidas, Audrey Azoulay, altura em que foram recenseados 240 bens danificados (105 edifícios religiosos, 18 museus, 86 edifícios históricos e artísticos, 19 monumentos e 12 bibliotecas).
Esta é a terceira avaliação realizada pela UNESCO desde 2022 em conjunto com o Banco Mundial, o governo ucraniano e a Comissão Europeia.
Esta nova estimativa abrange um total de 4779 bens culturais e turísticos que foram declarados danificados pelas autoridades ucranianas. Inclui estragos em sítios e edifícios com valor patrimonial (com valor estimado em 2,25 mil milhões de euros); danos a obras de arte, colecções e outros acervos culturais (150 milhões); danos a edifícios e ateliers dedicados às indústrias culturais e criativas (244 milhões de dólares); e danos a instalações turísticas (606 milhões).
A região de Kharkiv, acrescenta o comunicado, “foi de longe a mais afectada, responsável por quase 25% dos danos registados, seguida pela região de Donetsk com 14,7% e pela região de Odessa com 7,6%.”
A UNESCO chama a atenção que se trata de uma avaliação preliminar, cruzando os incidentes relatados com múltiplas fontes, nomeadamente imagens de satélite, e que os dados, actualizados regularmente, não comprometem a organização.
