Museu do Porto deve ficar sete anos na Alfândega à espera de casa definitiva

Câmara ficou com palácio de São João Novo para instalar núcleo central, mas imóvel precisa de obras. Entretanto, autarquia vai pagar 12 mil euros por mês para ocupar dois mil metros quadros.

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Museu vai ocupar parte do primeiro andar do edifício. Manuel Roberto
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O Museu do Porto vai ter a sua casa temporária no edifício da Alfândega. Apesar de a Câmara Municipal do Porto (CMP) assinado um acordo para ficar com o Palácio de São João Novo, em Miragaia, com o Ministério a Cultura, o imóvel precisa de obras de requalificação e o processo deverá demorar sete anos.

Assim, a CMP vai avançar com o arrendamento de dois mil metros quadrados no primeiro andar do edifício da Alfândega para instalar provisoriamente o núcleo central do Museu do Porto. Para tal, vai pagar 12 mil euros (mais IVA) por mês ao longo de dois anos. Se nenhuma das partes o denunciar, o contrato renova-se automaticamente por períodos de um ano, lê-se na proposta de contrato que foi aprovada na reunião de executivo camarário desta segunda-feira, que não foi aberta ao público.

O contrato entra em vigor no início de Março e é assinado com a entidade que gere a Alfândega do Porto, a Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações, que conta com entidades públicas e privadas como associados (a Câmara Municipal do Porto é uma) e que tem como presidente do conselho de administração o empresário Mário Ferreira.

Esta foi a solução encontrada pela autarquia enquanto o Palácio de São João Novo não está disponível. Fonte oficial da autarquia referiu que o processo de requalificação do imóvel de interesse público municipal deve demorar sete anos.

O ano de 2024 servirá para fazer o levantamento integral do edifício que já foi Museu de História e Etnografia do Porto e das suas patologias. Em 2025 terão início os projectos de museografia e de arquitectura e só depois se avança para as especialidades e concurso de execução, referiu a mesma fonte.

A proposta de instalação provisória foi aprovada por maioria, com abstenção do Bloco de Esquerda, para quem os contornos do arrendamento não são claros. “Estamos a falar de um edifício que está à guarda de uma associação à qual o município pertence”, registou a vereadora do Bloco, Maria Manuel Rola. “Queríamos mais esclarecimentos sobre essa matéria que não obtivemos”, acrescentou.

O Museu da Cidade passou a Museu do Porto com a chegada de Jorge Sobrado, no final de 2022. O director escolhido por Rui Moreira não ficou muito tempo no cargo e está de saída, para assumir uma vice-presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Ainda não foi tornado público quem será o sucessor.

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