PSP de Faro suspende testes de tiro por tempo indeterminado

Na semana passada, 22 dos 24 polícias que participaram nas duas sessões de certificação de tiro chumbaram como forma de protesto. Quando os agentes chumbam nos testes de tiro, a arma é-lhes retirada.

Foto
Entre as formas de protesto da PSP inscreve-se agora o chumbo propositado nos testes de tiro Nuno Ferreira Santos (arquivo)
Ouça este artigo
00:00
02:12

O comando distrital de Faro da PSP suspendeu por tempo indeterminado os testes de tiro, depois de esta semana vários polícias terem voltado a chumbar numa nova sessão, indicou à Lusa fonte policial.

Segundo a fonte da PSP, esta semana houve uma nova sessão de certificação de tiro no Algarve, mas como os polícias estavam novamente a chumbar, alegadamente como forma de protesto, o comando distrital de Faro decidiu suspender o tiro prático por tempo indeterminado.

Na semana passada, 22 dos 24 polícias que participaram nas duas sessões de certificação de tiro chumbaram e foram submetidos a um segundo teste.

Fonte policial explicou que a certificação de tiro em Faro foi cancelada para evitar o risco de haver mais polícias sem aproveitamento.

Quando os polícias chumbam nos testes de tiro a arma é retirada e passam a desempenhar funções exclusivamente em serviço administrativo, perdendo o direito a auferir suplementos.

Uma fonte policial referiu à Lusa que vários agentes da PSP do Algarve começaram uma nova forma de protesto e estão a chumbar propositadamente no teste prático de tiro para ficarem sem arma e desta forma não poderem ir para o exterior.

Os polícias da PSP realizam todos os anos testes de formação de tiro para assegurar que estão aptos para usar armas, sendo o chumbo propositado no teste prático uma das várias formas de protesto. Uma outra fonte policial avançou ainda à Lusa que o director nacional da PSP já deu indicações aos comandos territoriais sobre a possibilidade de suspensão do tiro prático por questões "de melhor gestão de recursos humanos e operacionais".

Os elementos da PSP e da GNR têm protagonizado vários protestos para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, tendo a contestação começada há mais de um mês.

A maioria dos protestos tem sido convocada através de redes sociais, nomeadamente WhatsApp e Telegram, tendo surgido o movimento inorgânico "movimento inop" que não tem intervenção dos sindicatos, apesar de a plataforma sindical criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança já ter organizado duas grandes manifestações no Porto e Lisboa.

Nos últimos dias vários polícias da PSP e militares da GNR apresentaram baixas médicas apesar de a plataforma não assumir que aquelas sejam uma forma de protesto, tendo o ministro da Administração Interna determinado a abertura de um inquérito urgente à Inspecção-Geral da Administração Interna sobre estas súbitas baixas.