Concentração de apoio a 44 polícias do Corpo de Intervenção da PSP adiada

Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP) apresentou a realização de “reuniões internas” como motivo para o adiamento, mas avisa que concentração será remarcada caso nao haja solução.

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Os protestos das forças de segurança ainda não deram sinais de abrandamento Nuno Ferreira Santos (arquivo)
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A concentração de apoio aos 44 polícias do Corpo de Intervenção da PSP que meteram baixa médica foi adiada devido à realização de reuniões internas esta quinta-feira, indicou o Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP).

A manifestação estava marcada para as 8h00 de quinta-feira junto às instalações do Corpo de Intervenção (CI), na Calçada da Ajuda, em Lisboa, mas foi adiada, uma vez que vão realizar-se reuniões internas para resolver o problema de extinção do grupo operacional a que pertencem os 44 polícias do CI que meteram baixas médicas no passado domingo, disse à Lusa o presidente do SPP.

Paulo Macedo avançou que vão realizar-se reuniões entre todos os membros do CI, mesmo com aqueles que estão de folga, e com os superiores hierárquicos, mas se estes encontros internos não tiverem qualquer resultado, a concentração volta a ser marcada.

Num comunicado, a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública refere que 44 polícias pertencentes ao terceiro grupo operacional do CI, integrado na Unidade Especial de Polícia, apresentaram baixa médica no passado dia 4 de Fevereiro. E que, tendo em conta "a situação inédita de 44 polícias de um grupo operacional terem apresentado baixa médica em simultâneo", o comandante da UEP, Luís Carrilho, promoveu a abertura de processo de inquérito visando apurar as circunstâncias do ocorrido.

Segundo a polícia, o comandante daquela unidade da PSP decidiu também "extinguir o terceiro grupo operacional e distribuir estes polícias pelos restantes grupos operacionais do CI em Lisboa, reactivando o sexto grupo operacional" para "manter a normal atividade operacional do Corpo de Intervenção".

De acordo com esta força de segurança, o Corpo de Intervenção é uma força de reserva à ordem do director nacional da PSP, especialmente preparada e destinada a ser utilizada em acções de manutenção e de reposição da ordem pública e combate a situações de violência concertada, bem como na colaboração com os comandos territoriais em acções de patrulhamento.

Por isso, estes agentes "têm especiais deveres, designadamente no que concerne à sua conduta, disponibilidade, prontidão, assiduidade, aprumo, zelo no exercício de funções e qualidade do trabalho desenvolvido".

O Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP) fala "em represálias motivadas por pressão política" e "de uma interferência política inaceitável", sustentando que as baixas em causa são "por motivos clínicos devidamente verificados por médico competente".

Os 44 polícias do Corpo de Intervenção que apresentaram baixa médica estavam destacados para o jogo do passado domingo da I Liga de futebol, entre o Benfica e o Gil Vicente, embora tal situação não tenha impedido a realização do desafio.

Nos últimos dias, vários polícias da PSP e militares da GNR apresentaram baixas, apesar de a plataforma que representa 11 sindicatos e associações destas forças de segurança não assumir que sejam uma forma de protesto.

Entretanto, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, determinou a abertura de um inquérito urgente pela Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre as generalizadas e súbitas baixas médicas apresentadas por polícias.

Os polícias da PSP e os militares da GNR reclamam o pagamento do suplemento de missão, à semelhança do que foi feito para a PJ e, tal como o PÚBLICO noticiou, para os agentes secretos que tiveram igualmente um aumento do suplemento com retroactivos a Janeiro de 2023.