Cerca de 60 polícias do Aeroporto de Lisboa estão de baixa
Na sexta-feira, agentes da esquadra do aeroporto tentaram entregar as armas de serviço. Direcção Nacional da PSP garante que segurança do aeroporto não está afectada.
Cerca de 60 dos 375 polícias que trabalham no Aeroporto de Lisboa estão de baixa, alertou esta terça-feira fonte sindical, enquanto a Direcção Nacional da PSP garante que não está em causa a segurança aeroportuária nem o controlo de fronteiras.
O número de polícias a entrar de baixa médica está a aumentar diariamente desde sexta-feira, disse à Lusa Carlos Oliveira, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP-PSP).
O sindicalista afirmou que o número de polícias de baixa está a afectar os vários serviços da Divisão da Segurança Aeroportuária da PSP em Lisboa, incluindo o controlo de fronteiras. Contactada pela Lusa, a direcção nacional da PSP admitiu que há polícias de baixa naquela divisão, mas garantiu que isso não está a afectar a segurança do aeroporto nem o controlo de fronteiras.
As primeiras baixas foram apresentadas depois de, na sexta-feira, alguns elementos da PSP do comando de Braga e da esquadra do aeroporto de Lisboa terem tentado entregar as armas de serviço. Como os superiores hierárquicos não autorizaram a entrega, os agentes decidiram, em alternativa, entregar baixas médicas, contam os sindicatos.
A Divisão de Segurança Aeroportuária da PSP é onde trabalha o agente Pedro Costa, que há cerca de um mês iniciou os protestos dos polícias junto à Assembleia da República.
Aos polícias não é permitido apresentar as autodeclarações de doença requeridas através do SNS24, devendo as baixas ser atestadas por um médico, uma determinação que decorre do estatuto profissional da PSP, que é uma lei especial para polícias.
Numa resposta à Lusa, a direcção nacional da PSP explica que os polícias dispõem de cinco dias úteis para justificar as faltas ao serviço, período esse que também é aplicado à apresentação de comprovativos de baixa por doença.
Os elementos PSP e da GNR têm protagonizado protestos vários para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária. A contestação começou há quatro semanas na sequência da iniciativa do agente Pedro Costa, que depois se alargou a todo o país.
A maioria dos protestos tem sido convocada através das redes sociais, nomeadamente WhatsApp e Telegram, tendo surgido nos últimos dias um movimento inorgânico chamado "movimento inop" que não tem qualquer intervenção dos sindicatos, apesar de existir uma plataforma que congrega sindicatos da PSP e associações da GNR, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.