Ordem dos Médicos já pediu informações sobre as baixas de agentes da PSP

Dezenas de agentes destacados para jogos de futebol meteram “baixa”. Algumas das perguntas da OM: Que tipo de baixa? Se apresentaram atestados médicos, estes foram passados por quantos clínicos?

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Ordem dos Médicos já pediu informações sobre as baixas de agentes da PSP Nuno Ferreira Santos
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Foi só um médico a passar as baixas apresentadas pelos agentes da PSP que não compareceram no jogo entre o Famalicão e o Sporting? Ou foram vários?

São informações como esta que a Ordem dos Médicos (OM) pretende recolher antes de decidir se vai intervir na situação desencadeada este sábado, indicou ao PÚBLICO o bastonário da OM, Carlos Cortes, frisando que a resposta às perguntas citadas apontará para “perfis distintos” quanto ao que poderá estar em causa: baixas médicas “fraudulentas”.

Carlos Cortes adiantou que a Ordem dos Médicos pediu este domingo informações ao Ministério da Administração Interna e à Direcção Nacional da PSP, que já determinaram a abertura de averiguações ao sucedido.

“Há duas formas de justificar que se fique em casa: a autodeclaração de doença, com validade de três dias, e a baixa médica que é passada depois de uma consulta”, lembra o bastonário da OM, destacando que saber qual das formas foi utilizada deverá ser o primeiro passo para apurar o que aconteceu.

Não se sabe ainda ao certo quantos polícias declararam doença. As informações que circulam dão conta que terão sido 15 no jogo entre o Famalicão e o Sporting, que teve de ser adiado, e à volta de 40 no desafio entre o FC Porto e o Rio Ave, que se realizou este sábado.

Sobre as formas de meter baixa, Carlos Cortes frisa que a autodeclaração de doença é feita sob “compromisso de honra” do próprio. Quanto ao atestado passado por um médico, remete para o pilar de base na relação médico-doente, que é baseada na “confiança mútua”: “O doente tem o compromisso de dizer a verdade ao seu médico e este tem de acreditar no que é dito.”

“Se um doente meu vai à consulta para se queixar que anda muito ansioso, que não consegue dormir há dias, o que tenho de fazer é medicar essa pessoa e passar-lhes uns dias de baixa para que possa descansar”, relata. Caso seja este o caso dos atestados apresentados pelos agentes da PSP, “não se pode dizer, à partida, que seja uma baixa fraudulenta por parte do médico, mesmo que depois se venha a saber que o exposto pelo doente não era verdade”.

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