Pedro Nuno atribui méritos do crescimento da economia a governos de Costa

Líder do PS reuniu-se com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez. Discutiram temas como o combate à extrema-direita, a articulação de posições na União Europeia, a gestão de rios e ferrovia.

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O socialista espanhol Pedro Sánchez foi o primeiro contacto internacional do novo líder do PS, Pedro Nuno Santos. LUSA/PSOE
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O líder do PS, Pedro Nuno Santos, congratulou-se nesta terça-feira com o crescimento da economia portuguesa em 2023 e atribuiu méritos aos governos de António Costa, sublinhando as diferenças entre socialistas e direita na resposta às crises. Pedro Nuno Santos realçou que Portugal "está a crescer acima de qualquer outro país" da União Europeia, o que prova que "as políticas que têm sido tomadas ao longo dos anos são políticas boas que promovem o crescimento económico".

"Este crescimento económico deve-se a todos os portugueses, às empresas e aos trabalhadores", mas "deve-se também ao trabalho dos governos liderados por António Costa", afirmou, em Madrid, após um encontro com o secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez.

Pedro Nuno Santos defendeu que os dados do crescimento económico hoje conhecidos mostram que é possível "ter confiança no país e no futuro de Portugal" desde que seja "o Partido Socialista a liderar um governo", sublinhado as diferenças entre a resposta da direita (os anteriores governos do PSD/CDS) à crise financeira, "com cortes nos salários e nas pensões, com aumento dos impostos", e a forma como o PS "lida com as crises".

"A nossa preocupação em garantir a estabilidade, a previsibilidade, a segurança da vida das pessoas, da vida dos portugueses, de quem trabalha, das empresas, foi testada na forma como nós lidamos com a pandemia e com a crise inflacionista", defendeu, antes de acrescentar que, porém, o futuro "é de grande incerteza" e de pedir aos eleitores para não caírem "na tentação de se refugiarem" em projectos populistas como o do Chega, que além de não apresentarem "soluções realistas", têm "um discurso que explora o ódio".

Segundo Pedro Nuno Santos, o PS apresenta-se às eleições de 10 de Março com a consciência de que "há uma parte dos portugueses que estão zangados" e assumindo que nem todas as respostas dadas pelos governos socialistas "foram boas ou suficientes", mas também realçando que, "ainda assim, é o Partido Socialista que está melhor preparado, que tem mais experiência e soluções credíveis".

Defendendo que o PSD só conseguirá governar Portugal com uma aliança com o Chega, "mesmo que ela seja hoje rejeitada pelo líder do PSD", Luís Montenegro, o secretário-geral do PS disse que a ascensão da extrema-direita é "motivo de grande preocupação" e defendeu que "só há um partido em Portugal que pode travar o avanço de projectos populistas ou de extrema-direita", o PS.

Segundo disse aos jornalistas, o avanço da extrema-direita em toda a Europa foi um dos assuntos que esteve na agenda do encontro que teve com Pedro Sánchez. "Há uma ameaça que preocupa os dois governos: a ameaça da extrema-direita, do populismo que atravessa toda a Europa, também os nossos países, Portugal e Espanha", disse Pedro Nuno Santos, que considerou essencial que Lisboa e Madrid continuem a ter "governos progressistas" e "a trabalhar em conjunto na frente europeia".

O encontro de hoje com Sánchez foi o primeiro a nível internacional de Pedro Nuno Santos desde que assumiu a liderança do PS, em Dezembro. Além do combate à extrema-direita e a articulação de posições na União Europeia, os líderes do PS e do PSOE abordaram dossiers bilaterais, como a gestão dos rios comuns ou as ligações ferroviárias.

"É muito importante que a relação que tem sido construída ao longo dos anos entre o Governo português e o Governo espanhol seja uma relação aprofundada", disse Pedro Nuno Santos, que realçou que há "muitos dossiers bilaterais" e que as duas economias estão integradas. Depois de Madrid, na quarta-feira, o secretário-geral do PS terá em Bruxelas uma série de encontros com responsáveis do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, assim como uma reunião com os eurodeputados do PS.