Pedro Calado renuncia à presidência da Câmara do Funchal. PS-Madeira pede intercalares

O número dois do PS-Madeira considera que Pedro Calado não poderia fazer outra coisa e defende que todos os vereadores sociais-democratas devem também renunciar para haver eleições intercalares.

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Pedro Calado foi detido na quarta-feira HOMEM DE GOUVEIA
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O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, renunciou ao cargo autárquico, uma notícia inicialmente avançada pelo Expresso e confirmada pelo PÚBLICO, isto numa altura em que está detido, em Lisboa, para interrogatório. A vereadora Cristina Pedra, que na manhã de quinta-feira já substituiu Calado numa reunião de câmara, assumirá a liderança da autarquia. O PS-Madeira reagiu pedindo eleições autárquicas intercalares para a Câmara do Funchal.

Coube depois ao advogado de Pedro Calado anunciar que o social-democrata iria renunciar: "Vai renunciar, sim. Entendeu que era a medida adequada face às actuais circunstâncias", disse Paulo Sá e Cunha, citado pela Lusa, no Campus de Justiça, em Lisboa. Pedro Calado será o último, dos três detidos (o autarca e dois empresários, Custódio Correia e Avelino Farinha) no âmbito da investigação sobre corrupção na Madeira, a ser ouvido. Os interrogatórios aos três suspeitos foram adiados para segunda-feira.

Em declarações à SIC Notícias, o vice-presidente do PS-Madeira considera que “não haveria outro caminho que não fosse a renúncia”. “Pedro Calado foi detido” no âmbito de um “processo de corrupção que se alarga também ao governo regional, governo onde ele foi vice-presidente” e “neste momento em que ele está detido em Lisboa para interrogatório não há outra hipótese que não seja a renúncia”, defendeu Miguel Iglésias.

Se o PS e o PS-Madeira defendem que a crise política na Madeira deve levar à realização de eleições antecipadas para a assembleia legislativa madeirense, os socialistas do arquipélago consideram que também para a Câmara do Funchal devem acontecer eleições autárquicas intercalares.

"O PS-Madeira defende eleições intercalares para a Câmara Municipal do Funchal", sustenta Iglésias, notando que para haver eleições" os "vereadores do PSD têm de renunciar” aos respectivos mandatos, “tal com fez Pedro Calado”.

Esta sexta-feira, após dois dias de recusa em se demitir, Miguel Albuquerque anunciou a renúncia ao cargo de presidente do Governo Regional da Madeira.

Para o número dois dos socialistas na Madeira, o executivo camarário até aqui liderado por Calado está ferido de morte, desde logo porque "muito dos processos de investigação” está relacionado com a actual equipa executiva da autarquia. "Não sabemos se há outras pessoas envolvidas, seja do executivo, seja de outros departamentos da câmara”, salienta Miguel Iglésias, adiantando que "nos próximos dias" o PS-Madeira "tomará as iniciativas políticas adequadas" ao objectivo de que sejam realizadas eleições intercalares. Segundo o calendário eleitoral, estão previstas autárquicas para Setembro ou Outubro do próximo ano.

Pedro Calado, que foi eleito para a Câmara Municipal do Funchal em 2021, depois de ter sido vice-presidente da autarquia entre 2012 e 2013 e vereador de 2005 a 2013, foi um dos três detidos na quarta-feira por suspeitas de corrupção na Madeira. Foi também vice-presidente do governo regional com Albuquerque a presidente.

Segundo avançou esta sexta-feira a CNN, a Polícia Judiciária encontrou 30 mil euros alegadamente escondidos na casa de Pedro Calado e na da mãe: 20 mil euros estariam em casa do autarca e 10 mil euros em casa da sua mãe.

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