A desilusão de um romance frágil: Teoria das Nuvens, de Mário Cláudio

Um romance ambientado na actualidade ao qual falta, precisamente, um tratamento mais conseguido do contemporâneo – e um cruzamento mais aliciante com o passado que é também sua matéria.

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A banalidade sabota o último romance de Mário Cláudio, Teoria das Nuvens ADRIANO MIRANDA
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De uma forma que não deixa de frustrar, o mais recente romance de Mário Cláudio tem um começo aliciante. No arranque, Teoria das Nuvens faz adivinhar uma estrutura não-linear em que o narrador questionasse, ou fosse modelar o “barro”, que se prepara para trabalhar, de um modo mais instigante e que surpreendesse mais: “O metro afrouxou para se deter na estação, levantei-me para sair, e a última palavra que ouvi, da que monologava ao lado da sua calada interlocutora foi ‘Guilherme’. Chegado a casa, e a dois passos da estação, imaginei que a terceira mulher, a doente hemodialisada, procurava nestes termos um diálogo com a senhora da cama contígua.” (p. 13)

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