Benfica de eficácia mínima amplia série de vitórias

“Encarnados” confirmaram, já no tempo de compensação, o triunfo por 2-0 sobre o Boavista. Di María liderou o assalto à área e quebrou a resistência adversária.

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Reuters/RODRIGO ANTUNES
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O futebol é fértil em surpresas e muitas vezes desobedece à lógica. Durante mais de uma hora, essa premissa marcou presença no Estádio da Luz, mas o 2-0 final, aplicado pelo Benfica ao Boavista, no arranque da segunda volta da Liga, acabou por traduzir mesmo a superioridade dos “encarnados”. Mesmo tendo ficado a dever si mesmos um triunfo mais robusto, os campeões nacionais alcançaram a oitava vitória consecutiva e recolocaram-se a um ponto do líder, o Sporting.

A troca de Florentino por João Neves foi a única surpresa num "onze" do Benfica que, em teoria, passaria a oferecer mais liberdade de acção a Kokçu. Por força dessa alteração, mas sobretudo por força da pressão alta que os "encarnados" fizeram no primeiro quarto de hora, quer o médio turco, quer os criativos surgiram frequentemente em zonas de criação. Faltou critério, porém, para definir melhor.

Com uma mão-cheia de baixas, o Boavista dispunha-se em 4x1x4x1, sem bola, com Makouta no vértice inferior de um triângulo formado na zona central com Seba Pérez e Reisinho. As dificuldades para sair do colete-de-forças imposto pelo adversário, todavia, eram gritantes e os erros técnicos acumularam-se numa primeira fase.

Aos 12', Morato (muito mais solicitado com bola do que tem sido habitual) cruzou, João Mário desviou na pequena área, para defesa de João Gonçalves. Aos 24', Morato surgiu sem oposição no interior da área, com a baliza à mercê, e atirou ao lado. E nos minutos que se seguiram foram Di María e Arthur Cabral (mais disponível fisicamente, mas demasiado atabalhoado nas decisões) a tentar a sorte.

Conclusão? Doze remates do Benfica contra um do Boavista ao intervalo — foi de Luís Santos e foi parar ao segundo anel. O lance de maior frisson surgiu até numa transição (17’), com Bozeník a cruzar para Trubin sacudir sem dificuldades.

O frente a frente repetiu-se aos 53’, num contra-ataque em que os “axadrezados” dispuseram da melhor ocasião na partida, mas o guarda-redes voltou a levar a melhor. Antes (46’) e depois (62’) desse lance, Di María introduziu a bola na baliza do Boavista: no primeiro caso, o golo foi invalidado — por mão de João Mário —, no segundo — um cruzamento ao segundo poste — contou mesmo.

O Benfica furava o bloqueio adversário e Roger Schmidt trocava de avançados e de médio mais posicional, com Aursnes a avançar para o meio-campo. O Boavista, fiel ao seu ADN, não estava disposto a correr muitos riscos, mas isso não significou que não tivesse subido uns metros no terreno e criado alguns momentos de apuro a um adversário menos talhado para o choque.

E foi num momento em que o jogo estava mais partido que surgiu a estocada final, já em tempo de compensação, por... Marcos Leonardo. Duas vezes lançado a partir do banco, dois golos para o reforço brasileiro. O de ontem, oferecido de bandeja por Di María, após tremendo passe de ruptura de Otamendi.

Estava confirmado o triunfo, num jogo em que o Benfica coleccionou 50 acções na área contrária, contra cinco do Boavista (20 remates contra cinco, 12 cantos contra quatro). E ainda houve tempo para promover, por um par de minutos, o regresso de David Neres, após lesão. Mais um “reforço” de Inverno.

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