Para onde foram os ciganos e pedófilos no discurso do Chega?

A comunicação social entreteve-se com o fascista. Mariana Mortágua disse que Ventura dava “um bom Estaline”. Poucos viram o fundamental.

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O facto de as televisões terem ficado excitadíssimas por um militante do Chega ter proferido a palavra “fascista” na convenção do último fim-de-semana é apenas a enésima variação daquilo que há muito se sabe: quando o tema é o Chega, certos jornalistas e comentadores padecem da síndroma de Pavlov, e é demasiado fácil pô-los a salivar. Fossem eles menos pavlovianos —​ felizmente, há excepções, como a excelente análise que Bárbara Reis publicou neste jornal, “Preparem-se: o Chega já não é só gritos e jantares” — e perceberiam que a novidade da convenção não foi o avistamento de um fascista, mas a total ausência das bandeiras que Ventura agitou durante anos e anos para se pôr em bicos de pés. Da sua boca não se ouviu uma palavra sobre ciganos, castração química de pedófilos ou prisão perpétua.

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