O curioso caso (e ocaso?) da Iniciativa Liberal
À direita, o apelo ao voto útil vai ser dramático. Posso estar redondamente enganado, mas suspeito de que isso vai sair caro a uma Iniciativa Liberal que teimou em ir galhardamente sozinha a votos.
Acompanhei com interesse o aparecimento, no panorama político português, da Iniciativa Liberal. Não tanto porque as ideias liberais fossem propriamente novas entre nós. Afinal os partidos tradicionais de direita (PSD e CDS) sempre acolheram no seu seio protagonistas e tendências liberais. Mas até então nenhum partido de relevo se afirmara aberta e exclusivamente liberal. Desde logo, e no plano meramente intelectual, essa clareza ideológica acrescenta ao interesse e à riqueza do debate político no país. Mas cumpre ainda outra função: serve de escape e de abrigo, no interior do sistema e dentro do espaço democrático, aos inevitáveis e periódicos desiludidos com a plasticidade ideológica dos grandes “catch all parties” do centro político. Sendo inevitável, como julgo que é, a fragmentação do xadrez partidário, é muito positivo que, à esquerda e à direita, surjam propostas políticas capazes de federar descontentamentos dentro do grande consenso constitucional do regime.
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