Jerónimo de Sousa alerta que voto no PS se revela “inútil”: “A CDU faz muita falta”

O antigo líder comunista atacou o “voto útil” no PS e insistiu em colar os socialistas às políticas de direita, mas elogiou os resultados da “geringonça”.

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Jerónimo de Sousa, ex-secretário-geral do PCP Nuno Ferreira Santos
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Jerónimo de Sousa, ex-líder do PCP, voltou para defender a "geringonça", criticou a maioria absoluta do PS e o "voto útil" no PS que depois se revela inútil. Aplaudido de pé pelos comunistas, Jerónimo de Sousa esteve no encontro nacional do PCP alertou que é preciso falar às massas e "com vivacidade" sobre os "problemas mais sentidos pelos portugueses", pedindo "entusiasmo" na defesa das propostas comunistas.

Para o comunista, é preciso "mostrar quanto calculista e enganadora é a manobra do PS" quando agita "o medo da direita" tendo como "único objectivo obter um voto útil, que se tornou inútil para quem o deu".

O antigo secretário-geral do PCP acusou o PS de se ter vitimizado para ficar "de mãos livres e regressar à sua política de sempre, a desastrosa política de direita" para poder governar "sem empecilhos" (leia-se sem a CDU e o Bloco de Esquerda) e puxou para os comunistas os "avanços alcançados na defesa, reposição e conquista de direitos" que resultaram "sempre da acção determinada das forças da CDU".

Para Jerónimo de Sousa, os problemas nos direitos e condições de trabalho, saúde, habitação, políticas sociais e desigualdades sociais são responsabilidade do PS, que "adiou a solução dos grandes problemas" do país.

O ex-líder comunista Jerónimo de Sousa foi aplaudido de pé no encontro nacional do PCP, em Lisboa, fez a defesa dos resultados da "geringonça" e contrariou a ideia do "voto útil" no PS que depois se torna inútil.

Jerónimo de Sousa, que deixou a liderança do partido em Novembro de 2022, apelou aos votos na coligação liderada pelo PCP, reconhecendo que as três eleições "vão ser de grande exigência" para o PCP e para a CDU. "Insistir e insistir sempre na suprema utilidade do voto na CDU, ao contrário de outros, um voto que é sempre útil a quem o dá", disse.

"Votos no PS servem para dar força ao PS"

O encontro contou ainda com a intervenção do ex-líder parlamentar João Oliveira, que notou a existência de "muita gente desiludida, traída, desesperançada, revoltada". Aquele que será cabeça de lista da CDU para as eleições europeias de Junho, recusou "o retrocesso com PSD e CDS que hoje apresentam na AD e ontem estavam coligados no governo e a fazer política da troika, às ordens e a executar as imposições da União Europeia, do BCE e do FMI".

"Dar força aos protagonistas da política de direita só pode ter como consequência o agravamento dos problemas nacionais", afirmou. "Consoante o protagonista, o ritmo pode ser mais ou menos acelerado, mas o caminho será sempre o do agravamento dos problemas nacionais", asseverou João Oliveira.

Para o ex-parlamentar comunista, "a ideia de que é o PS que pode salvar o povo da política de direita e libertar o país das amarras e imposições externas é uma ilusão que se paga caro".

"É uma ilusão pensar que votando no PS se dá força à convergência para uma política de esquerda", declarou João Oliveira, acusando os socialistas de terem propostas "vazias de conteúdo".

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