O que disse Francisco Assis
Ao afirmar que Portugal tem um “problema sério”, que reclama com urgência a necessidade de se “reconciliar a classe média com o Estado social”, Assis produziu uma severa crítica aos governos do PS.
Bem sabemos que os congressos partidários se transformaram em rituais da tribo em que prevalece o elogio, o sectarismo, a devoção acéfala a quem manda, a ausência de autocrítica, a complacência com os erros próprios ou a ausência de ideias. O 24.º Congresso do PS não escapou à regra, a ponto de se tornar penoso ver tantas cabeças brilhantes encharcarem a plateia com as banalidades do costume. No ritual, o discurso de Pedro Nuno Santos esboçou caminhos para o país e merece elogio, goste-se ou não do que ele propõe. Mas ainda mais profundas e substanciais foram as palavras de Francisco Assis, que para lá do elogio merecem atenção e reflexão. Assis diria depois que aquilo que disse podia ter sido dito num momento solene, como o 10 de Junho, e é verdade. É possível falar para um plenário de militantes e dizer coisas com liberdade, substância e sem a autocensura que distingue os apparatchiki dos democratas.
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