Ao terceiro festejo, Rafa descongelou o Benfica em Arouca
Após dois golos anulados na primeira parte, o avançado português abriu caminho para um triunfo tranquilo das “águias”, por 3-0.
Foi preciso esperar pelo terceiro festejo – dois golos foram anulados por fora-de-jogo -, mas, na terceira vez em que colocou a bola no fundo da baliza do uruguaio Arruabarrena, Rafa desbloqueou um jogo benfiquista que, até aí, reflectia o que são as noites de Janeiro em Arouca: frias e pouco apelativas para muita actividade. Num jogo em que soube tirar proveito da táctica do adversário, o Benfica somou na vila arouquense a terceira vitória consecutiva na I Liga – 3-0, com golos de Rafa, Kokçu e Petar Musa -, e continua a um ponto do líder, o Sporting.
O jogo tinha o aliciante de colocar frente a frente duas equipas que, nas últimas semanas, tinham invertido fases negativas. Se o Benfica de Roger Schmidt recuperou o fôlego com as vitórias frente a Sp. Braga e Famalicão, após esbanjar seis pontos em cinco jornadas, o Arouca transfigurou-se em Dezembro com a troca de treinador: Daniel Sousa assumiu uma equipa numa sequência de sete derrotas consecutivas na I Liga e, nos primeiros quatro jogos no campeonato, somou três vitórias e um empate.
E, com as duas equipas num bom momento, as escolhas dos dois técnicos foram previsíveis. Com um "onze-tipo" estabilizado, Schmidt apenas fez regressar a dupla de campeões do mundo que teve miniférias na Argentina – Otamendi e Di María entraram para os lugares de Tomás Araújo e Tiago Gouveia. Havia, porém, uma novidade no banco “encarnado”: Adrian Bajrami, defesa central albanês de 21 anos, que tem actuado pela equipa B.
Com um sistema táctico de 4x2x3x1, o Arouca tinha como principal arma o espanhol Rafa Mujica, que já marcou 11 golos esta época, mas Daniel Sousa mostrou audácia, ao tentar não abdicar da posse de bola, jogando ainda com uma defesa muito subida. A arriscada opção de jogar “no limite”, frente a um rival que tem velocistas como Rafa e Di María, não foi bem-sucedida.
O arranque foi frio como a noite em Arouca e, no primeiro quarto de hora, o ritmo lento e pouco intenso por parte do Benfica permitiu que o encontro fosse disputado taco a taco, mas longe das duas balizas. No entanto, o espaço que a equipa da casa deixava nas costas da sua defesa quase resultou no primeiro golo das “águias” aos 15’, mas Rafa viu o golo ser adiado por um fora-de-jogo de 18 centímetros de Arthur Cabral.
O Arouca respondeu com duas boas oportunidades (Milovanov, aos 20’; Mujica, aos 22’), mas, em cima da meia hora, Rafa, desta vez após um passe de Aursnes, voltou a ver um golo anulado por estar adiantado em relação à defesa do Arouca.
O Benfica parecia estar a cair na “ratoeira” do fora-de-jogo, mas, à terceira, os cálculos saíram mal ao Arouca: aos 39’, Di María colocou com qualidade nas costas da defesa do Arouca e Rafa, desta vez em jogo, conseguiu finalmente bater Arruabarrena, que ainda fez uma primeira defesa.
Antes do intervalo, surgiu o terceiro golo invalidado, mas desta vez foi Mujica que arrancou de posição ilegal, numa jogada finalizada por outro espanhol: Cristo González.
Com o conforto de ir para o descanso na frente, o Benfica sossegou de vez quando ainda não estava cumprindo o segundo minuto da segunda parte. Para não variar, o Arouca procurou colocar os avançados benfiquistas em fora-de-jogo e, num primeiro momento, até pareceu ter sucesso. Porém, após o lance ser analisado pelo VAR, foi confirmado que Rafa não estava deslocado quando ofereceu a Kokçu o 0-2.
A partir daí, o confronto perdeu interesse. O Arouca tentava, mas, mesmo apresentando um futebol positivo, apenas assustou Trubin por Sylla, aos 56’. No resto do tempo, foi sempre o Benfica que esteve por várias vezes perto do terceiro, que acabaria por chegar aos 85’, com um grande golo de Musa, que voltou a justificar mais oportunidades.
Com a vitória, o Benfica não permitiu que o Sporting descolasse, mas, acima de tudo, as “águias” saem de Arouca com a satisfação de verem o FC Porto a quatro pontos.