Aliança Democrática deseja governo “maioritário” e condena “radicalismo ideológico”

Acordo entre PSD, CDS-PP e PPM alerta para “afinidade” entre a liderança do PS e os partidos da “esquerda radical”. Propõe uma campanha “pela positiva”.

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Luís Montenegro assinará amanhã o acordo político com Nuno Melo e Gonçalo da Câmara Pereira Nuno Ferreira Santos
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O acordo político da Aliança Democrática (AD), entre PSD, CDS-PP e PPM, propõe protagonizar uma "mudança política" com um "governo ambicioso, reformista, moderado, estável e maioritário”. O compromisso prevê listas conjuntas e a integração de “personalidades independentes”, apresentando-se como a “opção mais credível de governo para a próxima legislatura”, ao mesmo tempo que condena "erros motivados por radicalismo ideológico" da governação socialista. O texto foi divulgado este sábado e será assinado amanhã pelos líderes dos três partidos, numa cerimónia no Porto.

Depois de ter sido anunciado antes do Natal, o compromisso entre o PSD e o CDS (ao qual o PPM se juntou mais tarde) é válido para o próximo “ciclo político”, que vai até 2028 - as legislativas, europeias, regionais, e as autárquicas - mas nada diz sobre as presidenciais de 2026.

O acordo entre os três partidos “e um conjunto de personalidades independentes com espírito reformista e moderado” assume-se como “a opção mais credível de governo para a próxima legislatura” e “a única capaz de superar e vencer este ciclo de oito anos de governação socialista”.

No texto são apontadas várias críticas à governação socialista, referindo-se 11 “falhanços”, desde o "empobrecimento" e "agravamento da carga fiscal" à “degradação profunda do Estado Social”, à “crise na habitação”, à “incapacidade reformista do Governo”, a uma governação que “sacrificou a exigência ética", até à “receita errada para o indispensável equilíbrio das contas públicas”.

Um dos pontos mais desenvolvidos remete para os “erros motivados por radicalismo ideológico altamente penalizadores dos portugueses”, referindo-se como exemplos a nacionalização da TAP e a extinção das PPP na saúde.

Ao mesmo tempo, é deixado um aviso para o momento actual, quando o BE propõe um novo acordo com o PS: “A afinidade da anterior e actual liderança do Partido Socialista com os partidos da esquerda radical augura a continuação destas tendências.”

Apontando que pretende promover a “estabilidade política construída em diálogo aberto”, a AD propõe uma alternativa “moderada”, que alcance “níveis elevados de crescimento que coloquem o país entre os melhores da Europa”, que “salve e reabilite o Estado Social", que repudie “extremismos ou populismos”, que combata a pobreza, que “governe com uma elevada exigência ética” e que “demonstre coragem reformista orientada para o reforço dos rendimentos de todos os portugueses”.

O acordo deixa ainda um alerta para a próxima campanha eleitoral, considerando que os portugueses “desejam um debate sério, profundo e rigoroso para as ideias” dos partidos. “É por isso que tenciona fazer uma campanha pela positiva que dignifique a democracia”, lê-se no acordo, que é assinado oficialmente este domingo, algumas horas depois de terminar o congresso do PS.

As listas conjuntas de deputados para as próximas legislativas prevêem que o CDS-PP tenha um lugar nas primeiras posições em Lisboa e no Porto - que ainda não foi revelado -, o que garante a eleição de dois mandatos, permitindo o regresso ao Parlamento, que era o objectivo do partido.

Numa segunda linha, o CDS terá o 16.º lugar nos dois círculos eleitorais, o que só é elegível caso a coligação obtenha um crescimento eleitoral face à ponderação dos resultados das últimas eleições. Depois, em caso de vitória "folgada", segundo Luís Montenegro, o CDS consegue o 10.º lugar em Braga e Aveiro.

O PPM, por seu turno, tem o 19.º lugar em Lisboa, uma posição que é de difícil eleição, mas que não é impossível, segundo o PSD, já que os sociais-democratas obtêm 18 mandatos em caso de vitória como aconteceu em 2015 (com a coligação Portugal à Frente) e em 2011.

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