Após sismo de 7,6, Japão emite alerta de tsunami e pede à população para ir para zonas altas

Risco de um tsunami de grandes dimensões foi ultrapassado, mas as autoridades pedem que a população se mantenha alerta. Mais de 97 mil pessoas receberam ordem para abandonar as suas casas.

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Fracturas no chão, em Wajima, na região de Ishikawa, provocadas pelo sismo Reuters/KYODO
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Imagens dos danos provocados pelo sismo que atingiu o Japão, esta segunda-feira Reuters/KYODO
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Um terramoto com magnitude preliminar de 7,6 na escala de Richter atingiu a região centro-norte do Japão esta segunda-feira, tsunamis foram registados na costa e o país está em alerta para novas réplicas.

Entre as 16h06 da hora local (8h06 em Lisboa) e as 17h29, 20 terramotos de magnitude 4 ou superior atingiram a costa de Ishikawa e Niigata. Hospitais locais confirmaram a entrada de feridos nos serviços, tendo sido confirmadas quatro vítimas mortais, todas no município de Ishikawa.

O terramoto e a ameaça de um maremoto de grandes dimensões levaram o primeiro-ministro japonês a pedir imediatamente à população para abandonar as áreas afectadas. "Os residentes precisam de se manter alerta para a possibilidade de novos abalos. Peço às pessoas que estejam em áreas onde se esperam tsunamis para abandonarem a zona o mais rápido possível", disse Fumio Kishida. No total, o Governo japonês diz ter ordenado que 97 mil pessoas abandonassem as casas e procurassem terrenos mais altos em nove municípios ao longo da costa oeste da ilha de Honshu, a principal ilha do Japão.

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Foi emitido um aviso de tsunami de grandes proporções para Ishikawa – o primeiro no país desde o terramoto e tsunami de Março de 2011 que atingiu o Nordeste do Japão e provocou a catástrofe nuclear de Fukoshima. Os avisos iniciais foram entretanto reduzidos para alertas, com o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico a comunicar ao final da manhã que a ameaça de tsunami ​estava "em grande parte ultrapassada". Ainda assim, as autoridades sublinharam que as pessoas perto das áreas afectadas deveriam "manter-se atentas".

O porta-voz do Governo Hayashi Yoshimasa disse aos jornalistas que algumas unidades do Exército tinham sido destacadas para ajudar nas operações de resgate, segundo a Reuters. O ministro da Defesa japonês, Minoru Kihara, disse que já foram retirados cerca de mil residentes da cidade de Wajima, em Ishikawa, a mais afectada pelo terramoto. Há relatos do colapso de pelo menos 30 edifícios e de incêndios em outras infra-estruturas da cidade, que soma cerca de 30 mil habitantes.

Segundo a Agência Meteorológica do Japão, a península de Noto, na região mais afectada de Ishikawa, foi atingida por ondulação forte. As ondas atingiram a costa de Wajima, uma cidade na mesma zona, por volta das 16h21 locais (7h21 em Lisboa).

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O sismo foi também sentido na capital japonesa, Tóquio, na costa Leste, a cerca de 500 quilómetros de Wajima. A região de Noto foi atingida, às 20h35 de hora local, por uma réplica de magnitude 5.

A empresa de energia Hokuriku Electric Power, com sede em Toyama, afirmou já estar a verificar se existem irregularidades nas suas centrais nucleares. A mesma empresa avançou, citada pela Reuters, que 36 mil casas terão ficado sem energia depois do sismo.

Segundo a BBC, um porta-voz da Kansai Electric Power, a maior operadora de energia nuclear do Japão, disse que não foram encontradas, para já, anomalias no funcionamento das centrais nucleares da empresa, mas que estão a acompanhar a situação de perto.

Já foram suspensos os serviços de transporte ferroviário de alta velocidade para Ishikawa. Nesta região e em Niigata, várias empresas de telecomunicações notaram alterações nos serviços de Internet e telefone.

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Pessoas deslocam-se para zonas mais altas em Wajima. Kyodo / Reuters

A agência de meteorologia da Coreia do Sul alertou para a possibilidade de subida do nível do mar em algumas partes da província de Gangwon, na costa Leste do país.

O Ministério das Emergências da Rússia disse que algumas áreas da costa da ilha russa de Sakhalin, perto do Japão, e as cidades de Vladivostok e Nakhodka também estavam sob alerta de tsunami. A Coreia do Norte também emitiu avisos para a costa Leste do país, segundo a agência norte-coreana Yonhap.

Em 2011, um terramoto e um tsunami no Japão provocaram a morte de cerca de 20 mil pessoas e um acidente nuclear em Fukushima. Também em 1995 um outro sismo abalou o Ocidente japonês e matou cerca de seis mil pessoas.

Notícia actualizada às 19h27 com o novo balanço de mortes.

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