Burla “Olá mãe, olá pai” faz pelo menos 13 vítimas por dia

Este tipo de burlas cresceu ao longo de 2023.

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Em Novembro foi detido um homem suspeito de estar envolvido neste tipo de burlas, que tinha na sua posse milhares de cartões SIM
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Há pelo menos 13 pessoas por dia que são vítimas da burla "Olá mãe, olá pai", através do Whatsapp, segundo dados da PSP, revelados na edição deste domingo do Jornal de Notícias.

Este ano, até meados de Dezembro e num balanço provisório fornecido apenas pela PSP, que não inclui números de outras forças de segurança, 4286 pessoas já foram vítimas desta burla, segundo os dados revelados pelo JN.

Neste tipo de burla, as vítimas são abordadas no Whatsapp por um desconhecido que alega ser o filho ou filha da potencial vítima, e que diz usar aquele número devido a um qualquer problema com o telemóvel e número habitual. Em seguida, a pessoa pede à vítima para transferir dinheiro ou fazer pagamentos através de uma entidade e referência, alegando uma emergência. Geralmente, só quando a pessoa entra em contacto com o familiar e este lhe diz que não fez qualquer pedido de pagamento é que a vítima percebe que foi burlada.

Em Novembro foi detido pela Polícia Judiciária um homem suspeito de estar envolvido neste tipo de burlas, que tinha na sua posse milhares de cartões SIM (de telemóveis) – mais de sete mil por utilizar e 1500 já usados “em práticas delituosas” –, com as autoridades a calcularem valores superiores a 100 mil euros resultantes do esquema só na região de Leiria.

“As vítimas, muitas delas pessoas de idade avançada, acreditando que estavam a falar com os filhos e que estes se encontravam em dificuldades financeiras e/ou a necessitar de concretizar pagamentos urgentes, dispunham-se, de imediato, a efectuar uma transferência/pagamento cujos valores variavam, mas que, nalguns casos, ascenderam a milhares de euros”, descrevia a PJ no comunicado em que anunciou a detenção do suspeito.

Este tipo de burlas tem tido um crescimento exponencial em Portugal: em Março, o inspector-chefe da Polícia Judiciária, Paulo Gonçalves, revelou à CNN que entre Setembro em Dezembro de 2022 foram registadas 393 queixas, mas só no primeiro mês e meio deste ano o número tinha subido para 435.

Conselhos

As autoridades aconselham todos os que são contactados por números desconhecidos, ou por via digital, a certificarem-se de que estão a falar efectivamente com familiares, contactando-os directamente no número habitual e explicando a situação. Ou ligando para o número desconhecido: se conseguir falar com alguém, deve-se certificar de que é de facto o seu familiar, com perguntas simples.

Caso seja alvo deste tipo de burla, denuncie, já que a tentativa também é crime.

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