“O gueto está a ser liquidado”
Feitas as devidas proporções de tempo e população total, por cada ucraniano morto morreram já 246 palestinianos em Gaza. Parecem poucos?
2022, 2023. Dois anos, duas guerras. Há um ano, com a propaganda macarthista, a preto e branco, a propósito da guerra na Ucrânia, já se percebia bem que, na narrativa dominante ocidental, a vida não tem o mesmo valor dependendo de quem a perde. Era assim no colonialismo, é assim hoje. Um ano depois, os mesmos governos ocidentais que asseguravam ver genocídio no comportamento das tropas russas (9,7 mil civis mortos nos territórios sob controlo da Ucrânia em 19 meses de guerra) ainda não viram nada que os levasse a denunciar Israel (como denunciaram a Rússia) no Tribunal Penal Internacional, depois de as tropas israelitas terem matado o dobro (19,7 mil) de palestinianos em Gaza só nos primeiros 2,5 meses desta nova campanha de represália, de terrorismo de Estado. Feitas as devidas proporções de tempo e população total, por cada ucraniano morto morreram já 246 palestinianos em Gaza. Parecem poucos?
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.