Comissão do Parlamento turco aprova candidatura da Suécia à NATO
A medida tem agora de ser aprovada em plenário do Parlamento antes de a lei poder ser assinada por Erdogan. Presidente da comissão avisou que a votação final não será para breve.
A Comissão para os Negócios Estrangeiros do Parlamento turco aprovou esta terça-feira, 26 de Dezembro, a candidatura da Suécia à NATO, um passo fundamental para a entrada do país nórdico na organização militar que acontece depois de 19 meses de atrasos, durante os quais Ancara exigiu a Estocolmo concessões relacionadas com o terrorismo.
O próximo passo é uma votação em plenário do Parlamento. Embora não haja data prevista, a expectativa é que aconteça nas próximas semanas e que, também aí, a proposta seja aprovada, uma vez que, à semelhança da comissão, é o partido do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que tem maioria.
Apesar do avanço desta terça-feira, o presidente da Comissão para os Negócios Estrangeiros do Parlamento turco, Fuat Oktay, afirmou que não é de esperar uma votação rápida em plenário.
Em declarações aos jornalistas depois da votação, Oktay disse que cabe ao presidente do Parlamento decidir a data da votação final. Só depois disso é que Erdogan poderá assinar a lei, concluindo um processo que frustrou alguns dos aliados de Ancara e testou os seus laços com o Ocidente.
A Suécia e a NATO saudaram os avanços de Ancara. O ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Tobias Billstrom, disse que a Suécia se congratula com a iniciativa, aguardando com expectativa a adesão à aliança militar. Boris Ruge, secretário-geral adjunto da NATO para os Assuntos Políticos e Política de Segurança, disse na rede social X (ex-Twitter) que a votação turca era “uma excelente notícia”.
Depois da invasão russa da Ucrânia, em Fevereiro de 2022, a Suécia e a Finlândia formalizaram uma candidatura comum à NATO em Maio. A Turquia opôs-se à entrada destes dois países na aliança militar durante várias semanas, até ter sido alcançado um acordo na cimeira em Madrid, em Junho do mesmo ano.
O memorando de entendimento impunha que Finlândia e Suécia cumprissem uma série de medidas para responder a “problemas de segurança” levantados pela Turquia. A entrada da Finlândia foi ratificada em Abril deste ano, mas Ancara continuou a barrar a adesão sueca por considerar que Estocolmo continuava a albergar dentro das suas fronteiras grupos que os turcos consideram terroristas.
Embora a Hungria também não tenha ratificado a adesão da Suécia, a Turquia é vista como o principal obstáculo à inclusão da nação escandinava na aliança militar e ao reforço das suas defesas na região do mar Báltico.