A China, que enfrenta actualmente o mês de Dezembro mais frio desde 1951, terá agora de preparar-se para mais fenómenos climáticos extremos devido ao padrão climático El Niño. Os especialistas do centro de meteorologia estatal avisam que é provável a ocorrência em 2024 de mais uma série de vagas de calor no país.
Em 2023, a China testemunhou não só algumas das temperaturas mais altas registadas desde no país 1850, mas também forte vaga de frio que congelou muitas partes do país durante quase duas semanas no início deste mês.
“2024 pode ser mais quente e também pode ser um ano em que condições climáticas extremas podem se tornar mais frequentes e poderosas”, disse Zhou Bing, responsável do Centro Nacional do Clima da China, à emissora estatal CCTV.
No Verão passado, Pequim foi assolada por temperaturas altíssimas. Um município remoto no árido noroeste chinês chegou a registar num dia 52 graus Celsius - o valor mais alto alguma vez registado no país. Os tufões também trouxeram chuvas recordes no Norte da China, causando inundações generalizadas. Zhao disse que condições climáticas extremas podem ser “mais pronunciadas” logo após o El Niño.
O El Niño é um fenómeno climático que ocorre a cada dois a sete anos, no qual as águas de uma região do Pacífico ficam mais quentes do que o normal, provocando fortes chuvas, tempestades ou secas nalgumas partes do mundo.
Este fenómeno climático está normalmente associado a Invernos mais quentes na China. Mas especialistas disseram que este El Nino, combinado com rajadas de ventos frios do Árctico no início deste mês, já indicava previsões diferentes.
O observatório da China classificou o padrão climático desde meados de Dezembro como "excepcionalmente complexo", com a circulação de ar frio persistindo até o início do novo ano. A China deve ainda enfrentar outras duas ondas de frio menos intensas na próxima semana, informou o departamento meteorológico do país.
O El Niño deste ano começou em Junho e estabeleceu novos máximos de temperatura em todo o mundo. Especialistas em meteorologia prevêem que o El Niño poderá desaparecer entre Abril e Junho do próximo ano, mas como os efeitos levam meses para se materializar, poderá haver mais recordes de temperatura quebrados em 2024.