Helena Carreiras: militares portugueses no mundo são “pilar importantíssimo” na política externa

Portugal passou a ser um país “produtor de segurança internacional”, num trabalho cujos principais actores são os soldados portugueses espalhados pelo mundo, defende a ministra da Defesa.

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"Um militar português transporta consigo o nosso país", diz Helena Carreiras LUSA/LUÍSA NHANTUMBO

A responsável pela pasta da Defesa, Helena Carreiras, assinalou esta segunda-feira, em Maputo, a importância do trabalho dos militares portugueses destacados em missões em Moçambique e no mundo, considerando-os um "pilar importantíssimo" na política externa de Lisboa.

"Vocês são um pilar importantíssimo da nossa política externa e isso tem sido uma afirmação constante nas últimas décadas", declarou Helena Carreiras, durante a cerimónia de cumprimentos de Natal aos soldados portugueses em missões em Moçambique.

Helena Carreias referiu que Portugal deixou de ser um "consumidor de segurança" e passou a ser um país "produtor de segurança internacional", num trabalho cujos principais actores são os soldados portugueses espalhados pelo mundo. "Onde está um militar português é Portugal, porque um militar português transporta consigo o nosso país, os nossos símbolos e os nossos valores fundamentais", frisou a governante.

Em Moçambique, segundo dados oficiais, há mais de 80 soldados portugueses em Maputo, Nampula e Chimoio, sobretudo ligados à Missão de Treino da União Europeia em Moçambique (EUTM-MOZ, na sigla em inglês) que tem formado forças especiais no país africano. "Moçambique é casa e é casa porque é um país irmão", declarou a ministra portuguesa.

Com um mandato de dois anos, iniciado em Setembro de 2022, a EUTM-MOZ vai avaliar até ao final deste ano, com as autoridades moçambicanas, o futuro da sua presença em Moçambique, tendo já formado cerca de 60 instrutores moçambicanos que vão continuar o treino de forças especiais, sobretudo para militares na linha frente no combate aos rebeldes em Cabo Delgado, no Norte do país.

Além de proporcionar treino operativo para a formação de forças de reacção rápida (QRF, na sigla em inglês), a EUTM-MOZ tem também fornecido equipamento de combate aos membros dessas unidades, ultrapassando já 80 milhões de euros o valor do apoio material prestado. Portugal tem defendido a renovação do mandato da missão, considerando fundamental a consolidação do trabalho já realizado.

"Moçambique é um país onde encontramos os sentimentos, onde encontramos as emoções, onde encontramos o espaço para sermos mais portugueses, porque com Moçambique estreitamos laços históricos, mas, sobretudo, trabalhamos em conjunto", acrescentou a governante, que destaca os ganhos de uma cooperação entre os dois países na área da defesa com 35 anos.