Jornalistas portugueses solidarizam-se com colegas do Global Media Group

Jornalistas do PÚBLICO, Lusa, Correio da Manhã e Fumaça manifestam apoio aos profissionais do grupo que inclui o JN, DN, TSF, Dinheiro Vivo e O Jogo.

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Os profissionais do JN estiveram em greve nos dias 6 e 7 de Dezembro Paulo Pimenta
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Perante a possibilidade da perda de emprego de mais de 150 profissionais do Global Media Group, empresa detentora de títulos como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF, os trabalhadores de vários órgãos de comunicação social portugueses manifestam publicamente a sua solidariedade com os colegas do grupo.

O PÚBLICO, a agência Lusa, o Correio da Manhã e o Fumaça são alguns dos órgãos cujos jornalistas e outros funcionários já anunciaram o apoio aos trabalhadores do GMG. “O conselho de redacção (CR) do PÚBLICO manifesta a sua solidariedade e o seu apoio aos profissionais das redacções do Global Media Group, em particular aos do Jornal de Notícias, da TSF e de O Jogo, num momento difícil em que se vêem confrontados com a perspectiva de uma redução dramática de recursos humanos. Não se faz jornalismo sem jornalistas”, escreveu o CR do PÚBLICO, em comunicado.

As organizações representativas dos trabalhadores (ORT) da Lusa também expressaram “solidariedade com os seus camaradas da Global Media, confrontados com salários em atraso e um cenário de 150 despedimentos”: “Quando se aproximam os 50 anos do 25 de Abril, as ORT salientam o papel que uma comunicação social forte, interveniente, proactiva e de proximidade teve e tem tido no último meio século na capacitação de pessoas sem voz, na exposição de problemas e abusos, na exigência da prestação de contas ao poder político, na promoção de debates no espaço público”.

O conselho de redacção do Correio da Manhã aprovou também, a 7 de Dezembro, “um voto de solidariedade pessoal e institucional com os camaradas das redacções do Jornal de Notícias/Diário de Notícias/TSF e O Jogo, neste momento difícil.” No mesmo dia em que o Jornal de Notícias não foi posto à venda pela primeira vez em 35 anos, o site e podcast noticioso Fumaça expressou através das redes sociais a sua solidariedade com os trabalhadores do grupo. “A redacção do Fumaça está solidária convosco, camaradas”, lê-se numa publicação no Instagram.

No dia anterior, 6 de Dezembro, o GMG tinha revelado, em comunicado, a intenção de negociar acordos de rescisão por mútuo acordo com 150 a 200 trabalhadores do grupo. O programa de rescisões dirige-se a trabalhadores com idades até 61 anos, com contrato sem termo. A administração disse ainda considerar necessária uma reestruturação do grupo para evitar “a mais do que previsível falência”. No mesmo documento, os gestores anunciaram também o pagamento dos subsídios de Natal de 2023 em duodécimos durante o ano de 2024.

Desde então, e perante o anúncio destas medidas, apresentaram a demissão as direcções do JN, O Jogo, TSF e Dinheiro Vivo.

Esta segunda-feira, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) revelou, em comunicado, que tinha pedido intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), solicitando intervenção na fiscalização de “várias irregularidades" e "atendendo a reiterados incumprimentos" do GMG.

Em causa, justifica o sindicato, estão os atrasos no pagamento dos salários de Novembro, o não pagamento de subsídio de Natal no ano corrente e a “tentativa unilateral e ilegal, da empresa em impor o parcelamento do mesmo, sem o acordo dos trabalhadores". “O atraso no pagamento aos trabalhadores a recibos verdes, que ao 18 de Dezembro continuam sem receber os vencimentos de Outubro é outra das questões identificadas”, segundo o comunicado.

A estrutura sindical também propôs uma paralisação de todos os profissionais da comunicação social nacional durante uma hora no dia 6 de Janeiro. O objectivo é "assinalar esta luta e demonstrar que os jornalistas estão atentos aos grandes desafios do sector".

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