Biden “preocupado” com sondagens negativas a um ano da eleição

Presidente dos EUA desvaloriza em público as sondagens que o põem atrás de Donald Trump, mas em privado tem manifestado a sua incompreensão e pedido explicações aos responsáveis de campanha.

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Joe Biden disse aos jornalistas que eles "andam a ler as sondagens erradas" Reuters/LEAH MILLIS
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Em conversas privadas com conselheiros e responsáveis de campanha, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem demonstrado a sua surpresa e incompreensão com os resultados de várias sondagens desfavoráveis a um ano da eleição presidencial, segundo o jornal Washington Post. Desde o início de Novembro, o favorito nas primárias do Partido Republicano e provável adversário de Biden em Novembro de 2024, Donald Trump, tem surgido na liderança das sondagens a nível nacional e em cinco estados onde se vai decidir a eleição do próximo Presidente dos EUA.

Na noite de domingo, durante uma visita à sede nacional da sua campanha, no estado do Delaware, Biden respondeu com alguma irritação a uma pergunta de um jornalista sobre a série de sondagens negativas — a última das quais, da Fox News, publicada no domingo, dá a Trump uma vantagem de quatro pontos percentuais (50%-46%) a nível nacional sobre Biden. Na média das principais sondagens realizadas desde finais de Novembro, o ex-Presidente dos EUA surge com uma vantagem de 3,5 pontos percentuais (47,2%-43,7%).

"Vocês andam a ler as sondagens erradas", respondeu Biden, segundo o site Politico.

A pressionar ainda mais a campanha de Biden estão os resultados desfavoráveis de sondagens em estados como o Arizona, Nevada, Georgia, Michigan e Pensilvânia — onde Biden triunfou em 2020 e onde Trump terá de vencer em 2024 para ser eleito.

A um ano da eleição, o Presidente dos EUA e os seus conselheiros têm tentado descansar os financiadores de campanha e os candidatos do Partido Democrata nas eleições para o Congresso, alguns deles receosos de serem punidos por tabela. Segundo a versão oficial, Biden tem tempo suficiente, ao longo do próximo ano, para anular a desvantagem actual nas sondagens — principalmente a partir do momento em que o eleitorado voltar a ser confrontado com uma escolha entre o actual Presidente e o seu antecessor.

No entanto, um antigo congressista democrata da Pensilvânia, Conor Lamb, considera que o partido e a campanha de Biden estão atrasados no lançamento das operações no terreno, com destaque para os estados decisivos.

Numa crítica à estratégia da equipa de Biden, Lamb disse que muitos apoiantes do Presidente dos EUA "encontram-se paralisados", sem saberem de que forma podem participar na campanha nos seus estados. "Estamos à espera de liderança na campanha para sabermos o que pretendem de nós."

Simon Rosenberg, director de uma rede de apoio a candidatos do Partido Democrata, sublinhou que a campanha para a eleição geral pode arrancar dentro de poucas semanas, numa referência ao grande favoritismo de Trump no seu partido.

"É muito importante que a campanha de Biden entre em modo de eleição geral o mais rapidamente possível", disse Rosenberg ao Washington Post. "Não estamos na posição em que queremos estar. Uma parte do nosso eleitorado anda por aí perdida, e nós temos de a trazer de volta."

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