A “sede própria” de Lacerda Sales e outras patranhas
O maldito mantra ÀPOQÉDPÀJOQÉDJ e a tese da “sede própria” têm uma consequência lastimável: os cidadãos que estão em casa a ouvir aquela conversa percebem que estão a gozar com a sua cara.
Se houver um purgatório para a classe política, António Costa vai ter de lá passar umas boas temporadas só por ter inventado o maldito mantra “À Política O Que É da Política, À Justiça O Que É da Justiça” (ÀPOQÉDPÀJOQÉDJ). Nunca, jamais, em tempo algum, houve uma separação entre política e Justiça, mas, se a frase fosse apenas uma patranha ou uma platitude, ainda era como o outro. Infelizmente, é muito pior do que isso: em nome de um suposto respeito dos políticos pelo funcionamento da Justiça, o efeito prático do maldito mantra é a expansão do campo dos subterfúgios e da falta de transparência, e a redução do campo da responsabilidade política. Como se está a ver no caso das gémeas.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.