Direcção da TSF demitiu-se em bloco
Rui Gomes, Rosália Amorim e Artur Cassiano apresentaram a demissão à administração do Global Media Group. Decisão já foi comunicada à Comissão de Trabalhadores, que reúne esta quarta-feira.
Os membros da direcção da TSF apresentaram a demissão em bloco à administração do Global Media Group (GMG), que detém também o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e O Jogo, apurou o PÚBLICO através de um comunicado interno a que teve acesso. Rui Gomes, director-geral, Rosália Amorim, directora de informação, e Artur Cassiano, sub-director, tinham assumido os cargos directivos há menos de três meses.
Na origem da demissão estará o decréscimo do número de trabalhadores, que os directores acreditam ser demasiado pequeno para manter a viabilidade do projecto a que se propuseram quando assumiram funções, no fim de Setembro. O pedido de demissão em bloco da direcção da TSF já foi comunicado à Comissão de Trabalhadores, que reuniu com o director-geral do grupo, José Paulo Fafe, e o administrador financeiro, Filipe Nascimento, esta terça-feira.
De acordo com o comunicado interno, a administração insistiu que a situação financeira do GMG é "grave". Está agendada uma assembleia de trabalhadores para esta quarta-feira, 13 de Dezembro, às 12h, para que sejam comunicadas informações sobre "pagamentos, plano de saídas e o eventual despedimento colectivo", no âmbito de uma reestruturação que incluirá um programa de rescisões por mútuo acordo com alguns trabalhadores do grupo.
Em resposta ao PÚBLICO, questionada sobre a demissão em bloco da direcção da rádio, fonte oficial do grupo de comunicação social disse que não faria declarações sobre o assunto: "Não iremos fazer qualquer comentário", disse apenas, sem confirmar formalmente a intenção de saída dos três directores da TSF. O PÚBLICO também contactou a directora de informação demissionária, mas não obteve resposta até ao momento.
A demissão da direcção da TSF acontece um dia depois de o Global Media Group ter anunciado a abertura de um programa de rescisões por mútuo acordo, para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, com as compensações a serem pagas ao longo de 18 meses. O período para a apresentação dos pedidos de adesão ao programa terminam a 20 de Dezembro e as saídas ocorrerão até 31 de Janeiro.
Os acordos de rescisão seriam negociados "num universo entre 150 e 200 trabalhadores nas diversas áreas e marcas" do grupo, diz um outro comunicado interno citado na segunda-feira pela agência Lusa, com o objectivo "evitar um processo de despedimento colectivo" que "apenas será opção em último caso", disse a Comissão Executiva. O processo servirá para evitar uma "previsível falência", numa altura em que se registaram atrasos no pagamento de ordenados e em que o subsídio de Natal "só poderá ser efectuado através de duodécimos, acrescido nos vencimentos de Janeiro a Dezembro do próximo ano.