Privatizar a TAP em 2024? “Fácil não é”, reconhece Luís Rodrigues

TAP não comenta a recomendação de Alcochete, mas quer um aeroporto “com condições”. Paz social regressou à companhia aérea, diz Luís Rodrigues, presidente da empresa.

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O presidente da TAP, Luís Rodrigues, diz que 2024 "pode ser um bom ano" para a transportadora aérea LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
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O presidente da TAP, Luís Rodrigues, continua a defender a privatização como sendo “a melhor solução” para a empresa, mas reconhece que há poucas probabilidades de o processo ficar concluído em 2024. “Fácil não é”, admitiu o gestor num encontro realizado esta terça-feira com jornalistas, lembrando que o país “vai estar seis meses em campanha eleitoral” e que o próximo Governo só estará em funções em Abril ou Maio.

“Não estamos concentrados nisso”, disse esta terça-feira o presidente da TAP, num encontro com jornalistas, escusando-se a comentar os moldes de uma futura venda, nomeadamente sobre qual a percentagem de capital que o Estado deverá vender – “a decisão cabe ao accionista. Até ver, esse tema não existe”, afirmou.

Depois de a TAP ter registado mais de 200 milhões de euros de resultados positivos até Setembro, o líder da transportadora aérea diz esperar “óptimos resultados em 2023”. E acredita que “2024 pode ser um bom ano”, embora existam “muitas variáveis” a considerar e seja preciso contar com crescimentos “mais moderados, de 3% a 4%”, abaixo do período logo a seguir à covid-19.

Apesar de reconhecer que o orçamento da TAP “é mais agressivo do que isso” e que a empresa quer “entregar bons resultados”, Luís Rodrigues recordou que o plano de reestruturação que a empresa tem de cumprir até 2025 a impede de ter mais aviões e mais rotas.

Os eventuais candidatos à compra da TAP – Lufthansa, Iberia e Air France – vão continuar atentos ao desempenho da companhia, acredita o gestor, lembrando que informalmente estas empresas já reafirmaram o seu interesse, independentemente das condições políticas do país.

Luís Rodrigues, que tem mandato para cumprir até final de 2024, defendeu ainda que a paz social na empresa está assegurada (“o estado de espírito das pessoas é outro”) e que a equipa que lidera está empenhada em fazer da TAP “uma das melhores companhias de aviação da indústria”.

O gestor esclareceu ainda que o pagamento de salários com corte em Novembro, que foi noticiado pelo Expresso, já está corrigido. “Em Dezembro já teremos salários sem cortes. Foi um mal-entendido, esse tema morreu”, afirmou.

Referindo-se ao ano de 2023 como uma “montanha russa inacreditável”, em que a TAP começou o ano como “saco de pancada na CPI [comissão parlamentar de inquérito]”, o ex-presidente da SATA, que veio substituir Christine Ourmières-Widener, afirmou que um dos seus objectivos foi “tirar a TAP das notícias” e “investir na operação”. Os “óptimos resultados” de 2023 deverão “continuar em 2024” e isso mudará a imagem da empresa.

“Com certeza que o mundo da aviação vai olhar para a TAP com outros olhos e o país também vai olhar para a TAP com outros olhos”, disse.

Mantendo-se à margem da discussão sobre a localização do novo aeroporto, o gestor (que no ano passado, e ainda enquanto presidente da SATA, já havia considerado, em declarações ao Expresso, que Alcochete parecia “a hipótese mais óbvia”) limitou-se agora a dizer que o que a TAP quer é um aeroporto “com condições”.

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