Gesto do Fado, um projecto para tornar o Museu do Fado cada vez mais inclusivo

Tem por objectivo dar a “ouvir” fados em Língua Gestual Portuguesa e é apresentado esta terça-feira no Museu do Fado, em Lisboa, às 19h, como parte de um projecto maior.

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Coro Mãos que Cantam, durante as gravações MUSEU DO FADO
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Começou com três fados mas ambiciona ir mais além, criando um repositório fadista interpretado em Língua Gestual Portuguesa, para tornar o Museu do Fado mais inclusivo. O projecto é lançado esta terça-feira, às 19h, no anfiteatro do museu, em Lisboa, com entrada livre (sujeita à lotação).

Sara Pereira, directora do Museu do Fado, explica ao PÚBLICO como surgiu esta ideia: “Nasceu de uma parceria da EGEAC e do Museu do Fado com a Access Lab, com a qual temos vindo a trabalhar noutras áreas. Por exemplo: nos concertos do Há Fado no Cais, no Centro Cultural de Belém, introduzimos a Língua Gestual Portuguesa. Este projecto, no qual começámos a trabalhar no início do ano, visa aumentar as acessibilidades do museu e torná-lo cada vez mais inclusivo.”

Em Outubro, foram gravados nas instalações do museu três vídeos com os fados cantados e, em simultâneo, interpretados em Língua Gestual Portuguesa. Foram eles A porta do coração, por Ricardo Ribeiro (letra de Carlos Conde e música de Raúl Pinto); Conto de fadas, por Aldina Duarte (letra de Aldina e música de Armando Machado, Fado Santa Luzia); e Com que voz, de Amália Rodrigues (a partir de um poema de Luís de Camões musicado por Alain Oulman).

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Gravação do vídeo com Aldina Duarte... MUSEU DO FADO

Estes vídeos, que vão ser apresentados esta terça-feira no Museu do Fado, são o início de um acervo que será enriquecido progressivamente com novas gravações. “Esses vídeos foram gravados com a participação do Coro Mãos que Cantam, que é um coro incrível, porque canta fado sem ouvir”, diz Sara Pereira. “Um dos elementos do coro disse-nos, numa das sessões: ‘Nós somos a letra e o maestro é a música’. E de facto é necessário todo um trabalho de estudo dos poemas, de afinação do gesto próprio, da expressividade. E foi uma experiência muito positiva, tanto para a Aldina como para o Ricardo e para a nossa equipa. Estamos bastante contentes com este projecto, queremos fazê-lo crescer, para o ano, reforçando a parceria com a Língua Gestual Portuguesa.”

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... e com Ricardo Ribeiro MUSEU DO FADO

A ideia, explica Sara Pereira, é um criar um Arquivo Visual de Fados para a comunidade surda. Não só: o museu está a ligar-se também com outras comunidades. “Estamos também a trabalhar com a ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) para criar visitas específicas, sensoriais, para cegos. A ACAPO está a organizar um evento que tem que ver com a European Blind Union (EBU), a Assembleia Geral deste organismo, que se vai realizar em Lisboa no próximo ano. Este é um caminho que todos os museus têm de traçar, cada vez mais, tornando-se mais inclusivos.”

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