Literatura em 2023: a grande arte da tradução e a humana e inimitável conversa entre inconsciente e linguagem

Os ensaios sobre o mundo ganharam à ficção sobre o mundo. Valeu-nos a poética e a capacidade humana de desafiar a inteligência artificial.

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Louis Menand, O Mundo Livre é um festim para o intelecto, um retrato de um outro tempo Daniel Rocha
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Talvez valha a pena começar a tentar traçar a arquitectura do mundo literário em 2023 com o excerto de um poema de Manuel de Gusmão, o grande poeta português que morreu em Novembro. “A rosa declina a sua autobiografia, obliquamente caindo/ sobre quilómetros e quilómetros de florestas insistentes,/ sobre a sombria arquitectura desta terra longamente apaixonada,/ sobre a rosa que sobe até à aérea metalurgia das nuvens.” O poema está no primeiro livro de Gusmão, Dois Sóis, A Rosa: a arquitectura do mundo (Caminho, 1990).

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