Literatura em 2023: a grande arte da tradução e a humana e inimitável conversa entre inconsciente e linguagem
Os ensaios sobre o mundo ganharam à ficção sobre o mundo. Valeu-nos a poética e a capacidade humana de desafiar a inteligência artificial.
Talvez valha a pena começar a tentar traçar a arquitectura do mundo literário em 2023 com o excerto de um poema de Manuel de Gusmão, o grande poeta português que morreu em Novembro. “A rosa declina a sua autobiografia, obliquamente caindo/ sobre quilómetros e quilómetros de florestas insistentes,/ sobre a sombria arquitectura desta terra longamente apaixonada,/ sobre a rosa que sobe até à aérea metalurgia das nuvens.” O poema está no primeiro livro de Gusmão, Dois Sóis, A Rosa: a arquitectura do mundo (Caminho, 1990).
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.