A PIDE desistiu de escutar os militares a poucos meses do 25 de Abril

O livro Os Telefones Têm Ouvidos, lançado esta segunda-feira na Torre do Tombo, mostra que o regime cessou num mesmo dia todas as escutas telefónicas a militares. Um enigma ainda sem resposta.

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A aparelhagem de escuta telefónica instalada na sede da PIDE/DGS, em Lisboa DR
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Investigação minuciosa das escutas telefónicas organizadas pela PIDE durante o Estado Novo, o livro Os Telefones Têm Ouvidos, que Alfredo Caldeira e António Possidónio Roberto lançam esta segunda-feira, pelas 18h, na Torre do Tombo, revela que a polícia política do regime, que até finais de 1973, e na sequência das primeiras reuniões do movimento que viria a desembocar no 25 de Abril de 1974, mantinha activas 17 intercepções telefónicas a unidades militares e oficiais, pôs abruptamente cobro a todas essas escutas no dia 3 de Dezembro de 1973, e não voltou a retomá-las até à queda da ditadura. Sem indícios que lhes permitissem explicar esta desconcertante decisão da PIDE, os autores do livro colocaram a questão a dois dirigentes do Movimento das Forças Armadas, Carlos Almada Contreiras e Vasco Lourenço, mas também estes, embora adiantando possíveis explicações, mostraram não dispor de respostas conclusivas.

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