Irene Vallejo: “As máquinas são muito sérias. Não compreendem a brincadeira, a ironia”

No ano da IA, o humano afirma-se – como mostram as listas dos melhores de 2023 do Ípsilon. A escritora e filóloga espanhola reflecte sobre o que podem as máquinas e o muito que pode o humano.

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Apaixonada pela Antiguidade Clássica, Irene Vallejo é uma incansável defensora da filosofia, da arte e das humanidades Toni Galan
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Os meus colegas filólogos computacionais, especialistas em ensinar as máquinas a falar, dizem-me que o sentido de humor, as piadas, a ironia, o jogo de significados são as coisas mais difíceis para as máquinas compreenderem e reproduzirem. Até agora, as máquinas são muito sérias. Não têm esse sentido de brincadeira; não compreendem a ironia, que é dizer uma coisa quando, na realidade, se quer dizer o contrário; não sabem interpretar piadas. Talvez o humor e a comédia tenham que ver com o que é mais profundamente humano, pois são aquilo em que as máquinas têm mais dificuldades.

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