Estado alemão exige apoio ao direito de Israel a existir para conceder cidadania

Ministra do Interior da Saxónia-Anhalt dá ordens para quem queira obter a nacionalidade assine uma declaração escrita sobre o direito à existência do Estado de Israel.

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Manifestação pró-palestiniana em Berlim Reuters/LISI NIESNER
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O estado federado da Saxónia-Anhalt anunciou que os residentes que queiram obter cidadania alemã têm de assinar uma declaração em que declarem que acham que Israel tem o direito a existir, segundo a agência noticiosa alemã DPA.

A ministra do Interior do estado, Tamara Zieschang, da União Democrata-Cristã (CDU, no governo na Saxónia Anhalt e na oposição a nível nacional) emitiu uma nota as autoridades que lidam com os processos de naturalização dizendo que cada pessoa que peça a nacionalidade terá de confirmar, por escrito, “que reconhece o direito à existência do Estado de Israel e que condena qualquer esforço dirigido contra a existência do Estado de Israel”.

Especialistas em direito dizem que não é claro se há base legal para este pedido, que poderia assentar no facto de apoio de Israel ser razão de Estado na Alemanha.

Já há vários anos que na Alemanha, como noutros países europeus, tem havido uma inclusão de críticas ao Estado de Israel no chapéu do anti-semitismo. As autoridades começaram por proibir manifestações de solidariedade com a Faixa de Gaza na sequência dos ataques do Hamas de 7 de Outubro, e alguns locais até o uso do kaffiyeh, o lenço palestiniano, para mais tarde acabarem por as autorizar.

A comunidade judaica no país expressou, pelo seu lado, medo depois de uma série de casas em que moram pessoas judias terem sido marcadas com estrelas de David.

A manifestação de posições críticas à operação militar israelita na Faixa de Gaza levou, entretanto, a cancelamento de artistas, mesmo que tivessem também criticado o ataque do Hamas ou que fossem, como no caso de Candice Breitz, judias (cuja exposição cancelada não tinha nada a ver com Israel ou Gaza).

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