Ceia de Natal 10% mais cara, mesmo com IVA zero e bacalhau mais barato
Azeite virgem, arroz carolino e farinha para bolos são os produtos do cabaz de Natal da Deco Proteste que mais aumentaram de preço. Bacalhau e peru custam menos do que há um ano.
A sensação é de déjà vu: tal como no Natal passado, este ano preparar a ceia em casa será (ainda) mais caro. Segundo dados divulgados esta quinta-feira pela Deco Proteste, os pratos e sobremesas tradicionais na consoada dos portugueses custam hoje mais 4,49 euros do que no mesmo período de 2022, num total de 50,80 euros, mesmo com a isenção do IVA sobre bens essenciais.
Sem surpresa, o azeite virgem lidera a lista de produtos cujo preço aumentou desde Dezembro passado, num salto dos 5,61 euros para os 10,21 euros em 12 meses. No extremo oposto fica o óleo alimentar, que custa agora menos 37% do que ano passado.
Além do azeite, estão mais caros outros artigos de mercearia, como o arroz carolino e a farinha para bolos, com aumentos de 22% e 18%, respectivamente. Entre os legumes, a Deco inclui no cabaz de Natal a couve, que custa agora mais 24 cêntimos por quilo, e a batata vermelha, que subiu 10 cêntimos.
No ano passado, fizemos as contas a uma receita de rabanadas: 800 mililitros de leite, 100 gramas de açúcar, seis carcaças tradicionais, três ovos e 500 mililitros de óleo. Em Janeiro de 2022, o prato custava 3,33 euros. Há um ano, em Dezembro, 4,37 euros. Hoje, 3,72 euros, graças à queda do preço do óleo alimentar.
Ainda que a redução do custo de alguns alimentos não seja suficiente para compensar a subida dos restantes, será possível poupar, em relação ao ano passado, na carne e no peixe. A perna de peru está 19 cêntimos mais barata e o bacalhau 59 cêntimos mais barato — ainda que continue a ser o produto com maior peso na factura do supermercado, custando 12,18 euros por quilo.
Quanto ao cabaz essencial, composto por 63 bens alimentares, custa agora aos portugueses 228,93€, mais dez euros do que em Dezembro passado. A seguir ao azeite, destacam-se aumentos entre os 31% e os 51% nos preços das salsichas, cereais, cebola e brócolos.
Nem olhando para o cabaz IVA zero, que inclui 41 produtos, as notícias são animadoras. Relativamente à véspera da entrada em vigor da isenção do IVA a bens alimentares essenciais, a 18 de Abril, a medida do Governo reflecte-se hoje numa poupança de apenas 73 cêntimos para os consumidores.
Se na carne, peixe, congelados e lacticínios é possível poupar um total de 4,57 euros; a fruta, legumes e produtos de mercearia ficaram ainda mais caros e representam um gasto adicional de 3,85 euros.