Coligação de direita? Não há entraves, mas também não há “obsessão”, diz líder do PSD

Montenegrou informou que uma decisão sobre coligações será comunicada “nas próximas semanas” e que as listas do PSD irão “integrar cidadãos independentes e eventualmente de outros partidos políticos”.

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Luís Montenegro, líder do PSD Nuno Ferreira Santos
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À entrada da missa que assinala o 43.º aniversário da morte de Sá Carneiro, Luís Montenegro, líder do PSD, não quis adiantar qualquer decisão sobre uma eventual coligação pré-eleitoral com o CDS-PP, dizendo apenas não há nenhum entrave "à ponderação dessa coligação". "Não há nenhum impedimento em poder haver um entendimento alargado, também não há nenhuma obsessão com isso", assegurou, adiantando que uma decisão sobre essa matéria será comunicada "nas próximas semanas".

Montenegro reiterou, qualquer que seja a decisão, as listas de candidatos a deputados do PSD "vão integrar cidadãos independentes e eventualmente de outros partidos políticos".

Na mesma ocasião, o líder do PSD foi questionado sobre os critérios aprovados pela Comissão Política Nacional (CPN) para a escolha de deputados, como a exclusão de quem tenha sido "condenado em primeira instância, pronunciado" ou com "indícios fortes" da prática de crime contra o Estado ou cometidos no exercício de funções públicas.

"Estamos aqui a entrar para uma missa em que vamos evocar o nosso fundador Francisco Sá Carneiro e uma das máximas que nos legou foi precisamente assumir que a política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha", salientou. O líder do PSD afirmou que pretende "arriscar pelo futuro de Portugal, com ética, com transparência, com credibilidade para que os cidadãos possam sentir-se seguros com os seus representantes".

Na mesma linha, Montenegro desdramatizou outro dos critérios aprovados pela CPN, segundo o qual os candidatos a deputados devem "comprometer-se a renunciar ao mandato no caso de existir uma persistente divergência entre as orientações gerais do grupo parlamentar, e a sua posição individual".

"Não impomos renúncias a ninguém, queremos que os candidatos tenham obviamente um compromisso com o nosso programa político (...). Queremos que os nossos candidatos sintam total liberdade no exercício do mandato, mas o compromisso político que vamos estabelecer com os cidadãos esse não é pessoal, é colectivo", disse, considerando que "não é preciso criar alarido" com este critério.

Também questionado sobre o tema de uma eventual coligação com o PSD, o líder do CDS-PP escusou-se esta segunda-feira a comentar qualquer tema lateral à homenagem que marcou o dia.

"Há 43 anos, Portugal e a democracia perderam duas personalidades fundamentais, o PSD e o CDS perderam duas figuras absolutamente referenciais, dois patriotas que morreram num combate político e que fazem muita falta a Portugal", afirmou Nuno Melo, escusando-se a prestar mais declarações.

Além de Marcelo Rebelo de Sousa, que costuma marcar presença nesta missa, estiveram também na Basílica da Estrela, como habitualmente, o antigo presidente do PSD (hoje desfiliado) Pedro Santana Lopes e a histórica militante e secretária de Sá Carneiro Conceição Monteiro, bem como o vice-presidente do PSD Paulo Rangel e antigos e actuais deputados como Pedro Roseta, Joaquim Miranda Sarmento ou Alexandre Poço.

Em 4 de Dezembro de 1980, Francisco Sá Carneiro, então primeiro-ministro, e Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa, morreram na queda do avião Cessna quando partiram de Camarate (Lisboa) para um comício de campanha no Porto, assim como a tripulação e restante comitiva: Snu Abecassis, Manuela Amaro da Costa, António Patrício Gouveia, Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa.