O Animal de Joana Azevedo: “Quem não tiver disponibilidade que compre um peluche”

Conhecê-los é conhecer a relação que têm com os animais. A radialista Joana Azevedo divide o tempo entre servir a gata Sissi e mimar o preguiçoso Jesse.

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Joana Azevedo com o gato Jesse Joana Azevedo
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Tenho dois gatos. A Sissi e o Jessie. A Sissi, que tem agora 11 anos, adoptei quando estava grávida. Nessa altura, a minha primeira gata, a Mix, morreu e o meu gato, o Woody, ficou muito carente ao ponto de adoptar um chinelo como amigo e andar sempre com ele na boca. Achámos que devíamos arranjar-lhe uma companhia felina e fomos buscar a Sissi a uma associação no Bombarral.

O Jesse chegou quando o meu filho caiu e partiu a cabeça. Foi uma maneira de o animar (ou então foi a desculpa que encontrei para ter mais um gato). Uma pessoa que sigo nas redes sociais publicou umas fotografias de uma ninhada dos gatos que tinha e eu apaixonei-me pelo Jesse. Já se passaram nove anos.

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Joana com Sissi e Jesse Joana Azevedo

O Jesse é um bonacheirão, preguiçoso e tranquilo. A Sissi é caprichosa, acha que é a rainha da casa e que nós existimos para a servir. Tem uma personalidade forte, mas não é arisca. Por exemplo, só come se tiver dois tipos de ração à disposição e quando não há comida na tigela, vem chatear-nos, põe-se à frente dos nossos pés e, às vezes, até tropeçamos nela. Está a chamar a atenção.

Em casa fazemos concursos familiares com os gatos. Chamamo-los ao mesmo tempo e vemos a quem é que eles se dirigem. Somos muito competitivos pelo amor deles. Normalmente a vitória é minha, eles vão negar mas não acreditem. O Jesse vai sempre adormecer o meu filho, fica na cama e sai só quando ele está a dormir. Foi com o gato que ele conseguiu ultrapassar os medos nocturnos.

Sobre o bem-estar dos animais, gostava que existisse um serviço nacional de saúde ou uma comparticipação justa nos medicamentos e tratamentos. Que a legislação que proíbe maus tratos e abandono fosse bem aplicada e que quem adopta não o fizesse por capricho ou impulso. Ter um animal é uma responsabilidade, dá trabalho, despesa e não se trata de um bibelô.

Para quem quer ter um animal, aconselho a pensar bem no que vai mudar na dinâmica lá de casa. Eles correm, estragam coisas, precisam de comer, de ir ao veterinário, de ter com quem deixar nas férias ou levá-los de férias também, precisam de atenção. Se for um cão precisa de ir rua, de correr e socializar e não ficar fechado, esquecido, ignorado. Eles precisam de nós tanto como precisamos deles. Compensa tudo, mas quem não tiver esta disponibilidade, que compre um peluche, agora há uns que parecem mesmo reais.

Depoimento construído a partir de entrevista por email

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