Procura por Certificados de Aforro volta a derrapar e resgates estão em máximos de 2012

Em Outubro, as amortizações de Certificados de Aforro ascenderam a 232 milhões de euros, o valor mais elevado desde 2012. Já as novas subscrições continuam a cair de forma acentuada.

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O ministro das Finanças, Fernando Medina, justificou o corte na remuneração dos CA com a necessidade de redução de custo da dívida pública Nuno Ferreira Santos
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A procura por Certificados de Aforro (CA) continua a cair de forma acentuada, depois de o Governo ter decidido reduzir significativamente a taxa de remuneração na nova série lançada este ano, ao mesmo tempo que há cada vez mais dinheiro a ser retirado deste produto de poupança. Em Outubro, as novas subscrições caíram em mais de 25% em relação ao mês anterior, enquanto as amortizações superaram os 230 milhões de euros, o valor mais alto desde 2012.

Os dados foram publicados, esta semana, pelo IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, que dá conta de que, durante o mês de Outubro, as novas subscrições de CA totalizaram 271 milhões de euros, uma quebra de 25,5% em relação ao mês anterior e um valor que fica muito longe do máximo histórico atingido em Março deste ano, quando as subscrições totalizaram 3675 milhões de euros.

Já as amortizações deste produto ascenderam a 232 milhões de euros, um aumento de 16% em relação ao mês anterior. É preciso recuar até Abril de 2012, quando os resgates totalizaram 249 milhões de euros, para encontrar um valor tão elevado. As amortizações são explicadas não só por resgates por parte dos investidores, mas, também, pela chegada à maturidade de algumas das séries mais recentes, que, ao contrário das iniciais (que não têm data de vencimento), têm uma duração máxima de 10 anos.

O saldo líquido entre novas subscrições e amortizações fixou-se, assim, em 39 milhões de euros no mês de Outubro. Contabilizando estes últimos dados, o saldo total dos CA no conjunto deste ano fixou-se, no final de Outubro, em 34.072 milhões de euros.

Depois do pico de subscrições alcançado no início deste ano, quando a a subida das taxas de juro tornou este produto mais atractivo, estas têm vindo a cair a pique desde o passado mês de Junho, altura em que o Governo decidiu suspender a série que então vigorava (a série E, que garantia uma taxa de remuneração base de 3,5%) e substituí-la pela série F, com uma taxa de remuneração base significativamente mais baixa de 2,5%.

Ao mesmo tempo, as taxas de juro oferecidas pela banca nos depósitos a prazo também têm vindo a aumentar este ano, ainda que se mantenham abaixo da remuneração dos CA. No final de Setembro, a taxa de juro média oferecida nos novos depósitos a prazo dirigidos a particulares era de 2,29%, de acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP).

Já nos Certificados do Tesouro, o ritmo de novas subscrições mantém-se muito reduzido, ficando-se por quatro milhões de euros em Outubro, enquanto os resgates ascenderam a 248 milhões de euros. O saldo total deste produto ascendia a 11.448 milhões de euros no final do mês em análise.

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