Os órfãos da memória no Porto/Post/Doc
Uma série de filmes recuperados apontam para o cinema português como uma cinematografia de peças únicas, de irrepetíveis objectos.
Há uma ideia muito bonita a percorrer um filme que o Porto/Post/Doc exibiu en passant na edição 2023: a ideia de “filme órfão” ou de “órfão da memória”. Ela surge integrada em Atlas de um Cinema Amador: Cartografia do Descartado, possível “episódio piloto” de uma série sobre os filmes de família concebida pela investigadora Inês Sapeta Dias e pela realizadora Luísa Homem, mas é aplicável, de certo modo, a muito do cinema que se fez, tem feito e continua a fazer em Portugal. Remete para a perspectiva de um “artesanato”, de um cinema “fora da caixa”, difícil de resumir e de reduzir a uma fórmula ou a uma identidade. Trocando por miúdos: poder-se-ia dizer que todo o cinema português é composto por filmes “órfãos”. Não por não terem genealogias, influências ou ascendências; mas por serem peças de certo modo únicas.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.