Sucessão de Costa: Daniel Adrião vai à luta com pacto para habitação e directas no PS

Depois de se candidatar contra Costa nas eleições directas do PS de 2016, 2018 e 2021, Daniel Adrião irá agora enfrentar Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro.

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O socialista lidera a corrente minoritária que se opõe ao actual secretário-geral do PS, António Costa Rui Gaudencio
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Daniel Adrião anunciou no passado sábado que vai juntar-se a José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos na corrida à liderança do PS, mas esta terça-feira a informação foi comunicada a todos os militantes por mensagem. O socialista, que lidera o movimento Democracia Plena, a corrente minoritária que se opôs nos últimos anos à liderança do ainda secretário-geral do PS, António Costa, definiu cinco objectivos para a sua candidatura, dos quais se destaca a criação de um pacto de regime para a habitação e a realização de eleições directas no partido.

Na lista de prioridades do candidato a secretário-geral do PS está dar resposta à “emergência na habitação”. Daniel Adrião quer criar “um pacto de regime para a habitação, que envolva todas as forças políticas, e que ao longo de uma década, crie condições para a iniciativa privada, cooperativa e pública implementarem de forma concertada um programa de construção “massiva” de nova habitação”, lê-se num comunicado enviado às redacções.

Empoderar os militantes é outra das vontades do socialista. A ideia é dar-lhes “poder de decisão na escolha dos candidatos a titulares de cargos políticos, quer a nível autárquico, quer a nível nacional”, nomeadamente na escolha dos deputados à Assembleia da República. Daniel Adrião quer, assim, que se realizem eleições directas no PS, dando aos militantes a possibilidade de eleger directamente os candidatos aos cargos políticos.

Na lista de objectivos consta também a reforma do sistema eleitoral, “eliminando o sistema de listas ‘fechadas e bloqueadas’” e criando “uma relação directa entre eleitos e eleitores, através da introdução do voto preferencial e nominal”.

Segue-se estabelecer uma separação “clara” entre o partido e o Estado, ou seja, entre “quem exerce cargos dirigentes executivos no partido e quem exerce cargos governamentais”, promovendo um maior escrutínio e fiscalização da acção do partido. Por último, o socialista quer “mobilizar o país para uma visão de futuro”, definindo prioridades estratégicas e o caminho para as alcançar e “maximizando o melhor das competências e dos recursos endógenos nacionais”.

Daniel Adrião é dirigente nacional desde 2016 e líder da tendência Democracia Plena que, segundo o comunicado, tem uma representação de 12% na Comissão Nacional do PS e 15% na Comissão Política Nacional. O socialista identifica-se como a voz que defende "uma transformação profunda do partido", a "regeneração da democracia" e o "desenvolvimento e inovação do país".

As eleições para decidir o sucessor de António Costa enquanto secretário-geral do PS estão marcadas para os dias 15 e 16 de Dezembro. Daniel Adrião, que já se candidatou contra Costa nas eleições directas de 2016, 2018 e 2021, irá agora enfrentar Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, actual ministro da Administração Interna. Há cerca de uma semana, em declarações à agência Lusa, acusou-os de serem “herdeiros do costismo” com “falta de ambição reformista”.

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