Activistas climáticos bloquearam Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Departamento foi escolhido por motivos históricos ligados à crise académica de 1969. Agora, estudantes reinvidicam que sejam travados os combustíveis fósseis para combater crise climática.
Estudantes do núcleo de Coimbra Fim ao Fóssil bloquearam na manhã desta segunda-feira as entradas do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra, reivindicando o fim do uso de combustíveis fósseis até 2030, que são dos principais responsáveis pelas alterações climáticas.
Cinco estudantes, utilizando tubos e cola, bloquearam a entrada principal do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra (UC) e barricaram a entrada das portas traseiras do mesmo edifício, escolhido propositadamente por ter sido nele que, em 1969, durante o Estado Novo, o então presidente da Associação Académica de Coimbra (Alberto Martins) pediu a palavra, disse à agência Lusa Dani Martins, um dos porta-vozes do movimento.
Nas portas da entrada principal também se podiam ler inscrições deixadas pelo protesto: "Fim ao fóssil 2030" e "A Estação Nova Fica!".
Os cinco estudantes que bloqueavam a entrada do edifício do pólo I da Universidade acabaram por ser retirados da entrada principal pela PSP, por volta das 10h, com o apoio de bombeiros e INEM.
De acordo com fonte do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas do Comando Distrital da PSP, cinco pessoas foram identificadas.
Três dos manifestantes foram levados para a esquadra para identificação e apreensão de material e dois para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, para tratamento de lesões provocadas pelo próprio protesto, nomeadamente por causa da cola, explicou.
Segundo Dani Martins, o protesto começou por volta das 8h, numa acção que tinha como focos essenciais exigir o fim do uso de combustíveis fósseis até 2030 e electricidade 100% renovável e acessível a todos até 2025.
O protesto também tinha pretensões locais, nomeadamente a defesa da manutenção da Estação Nova de Coimbra, que vai fechar no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego, e o fim da parceria da UC com o Banco Santander, que continua "a investir activamente em combustíveis fósseis", aclarou.
"Decidimos fazer o protesto no Departamento de Matemática pelo seu simbolismo, porque ainda não estão reunidas as condições para os estudantes terem uma voz na Universidade de Coimbra", vincou.
Na última semana, vários têm sido os protestos pelo clima feitos por estudantes, sobretudo em universidades de Lisboa, o que levou a várias detenções.